Um mês depois, enchente no Vale do Taquari no RS completa primeiras medidas de reconstrução, mas ainda há oito vítimas desaparecidas

Após um mês da enchente que devastou o Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, o governo do estado considera o desastre ambiental como o maior da história da região. Apesar das medidas de reconstrução já em curso, como a construção de escolas, hospitais e casas provisórias, ainda há oito vítimas desaparecidas, dentre as 50 mortes confirmadas até o momento.

As buscas pelas vítimas estão sendo intensificadas, com foco em áreas próximas ao leito do rio Taquari que estavam submersas e estão sendo reveladas à medida que o nível da água diminui. De acordo com o coronel José Carlos Sallet, subcomandante do Corpo de Bombeiros do RS e coordenador das buscas, 52 bombeiros por dia estão trabalhando nesses locais de interesse, mapeados por cães farejadores. Segundo Sallet, o rio já baixou bastante, mas ainda pode haver sedimentos acumulados sobre os corpos, o que torna a identificação mais difícil.

Apesar dos esforços, não está descartada a possibilidade de que os últimos corpos tenham sido levados pelo curso das águas do Taquari e possam aparecer em outros corpos hídricos em que o rio deságua, como o lago Guaíba, em Porto Alegre.

Além das vítimas desaparecidas, a cidade de Muçum também enfrenta a tristeza da identificação equivocada de uma das vítimas. Beatriz Pietta, de 72 anos, chegou a ser velada por engano pela família após um erro na identificação do corpo. O Instituto-Geral de Perícias se desculpou pelo equívoco e abriu uma sindicância para investigar o ocorrido.

Enquanto as buscas continuam, os municípios mais atingidos se esforçam para reabrir os equipamentos públicos. Em Roca Sales, o Hospital Roque Gonzales reabriu suas portas após receber recursos estaduais e municipais para a reconstrução. Em Muçum, duas das cinco escolas municipais já foram reabertas e passaram a receber também os alunos das escolas ainda fechadas.

Os municípios mais afetados também estão acelerando a construção de casas provisórias. Em Roca Sales, um loteamento receberá entre 60 e 120 casas de até 36 metros quadrados cada. O modelo de construção rápida será baseado nas casas utilizadas em São Sebastião, no litoral de São Paulo, que passou por uma tragédia semelhante em fevereiro deste ano. Outras cidades, como Estrela, Muçum e Encantado, também terão iniciativas semelhantes e já estão cadastrando as famílias que serão beneficiadas.

Apesar dos esforços para a reconstrução, o Vale do Taquari ainda enfrenta as consequências devastadoras da enchente, que deixou um rastro de destruição e luto na região. A recuperação será lenta e o apoio da população e das autoridades será fundamental para superar esse triste episódio da história do Rio Grande do Sul.

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