Mais cinco carcaças de botos são encontradas no Lago Tefé, Amazonas, elevando total de mortes para mais de 125.

Um grupo emergencial foi formado para acompanhar e retirar os botos do Lago Tefé, no Amazonas, após a morte de mais de 125 desses animais. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, mais cinco carcaças foram encontradas e encaminhadas para necropsia. As altas temperaturas na região estão sendo apontadas como a principal causa dessas mortes.

O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad) informou que não encontrou nenhum boto vivo com alterações comportamentais que exigissem resgate, mas permanece alerta na região onde foram encontrados dois botos mortos na madrugada. A mobilização teve início no último fim de semana, depois que mais de 100 mamíferos aquáticos, incluindo botos vermelhos e tucuxi, foram encontrados mortos no local.

Equipes de veterinários e servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram enviadas para investigar as causas dessa mortandade. Além disso, especialistas do Mamirauá também estão analisando a morte de peixes no lago. Um especialista em plânctons do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) irá avaliar se uma floração de algas no Lago Tefé está liberando toxinas na água.

Diante da gravidade da situação, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, viajou para Manaus a fim de avaliar os impactos da seca que afeta não apenas o Amazonas, mas também Rondônia e Acre. Cerca de 500 mil pessoas na região estão sofrendo com a estiagem. O governo anunciou a realização de obras de dragagem nos rios Solimões e Madeira, visando recuperar a capacidade de navegação.

Além disso, está sendo estudada a possibilidade de liberação do seguro-defeso para os pescadores que foram prejudicados pela seca. O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima enviou brigadistas para auxiliar no controle de incêndios na região. Também foi garantido o abastecimento de óleo diesel para 169 setores isolados no Amazonas pelos próximos 30 dias.

Uma comitiva composta por ministros e representantes de diversos órgãos do governo acompanha a viagem de Alckmin a Manaus. Entre os assuntos discutidos estão a mitigação dos impactos da seca e a antecipação do fim do ano letivo na rede municipal de ensino de comunidades ribeirinhas, devido à dificuldade de deslocamento de professores e alunos.

Com a seca prolongada, 23 municípios já decretaram situação de emergência no Amazonas, e outros 35 estão em situação de alerta. O governador, Wilson Lima, também decretou situação de emergência em 55 municípios afetados pela seca. A situação é preocupante e requer esforços conjuntos para mitigar seus efeitos e preservar a fauna e flora da região amazônica.

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