Segunda greve enfrentada por Tarcísio de Freitas em menos de dez meses no governo de São Paulo

Nesta terça-feira (3), trabalhadores do metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) decidiram entrar em greve, o que marca a segunda paralisação no transporte público enfrentada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em menos de dez meses de mandato.

A primeira greve ocorreu há seis meses, em março, e durou 34 horas, interrompendo as linhas do metrô sob gestão pública. A principal reivindicação dos trabalhadores na ocasião era salarial. Este movimento inicial foi marcado por atritos entre o sindicato da categoria e o Metrô, incluindo disputas quanto à liberação das catracas.

Agora, os sindicatos exigem o cancelamento de todos os processos de concessão no Metrô, na CPTM, na Sabesp e na Estrada de Ferro de Campos do Jordão. Além disso, eles solicitam a realização de um plebiscito oficial sobre a privatização dos serviços, embora já tenham realizado uma consulta independente entre as categorias.

Enquanto os sindicalistas e representantes de movimentos sociais e partidos de esquerda discursavam na noite de segunda-feira, Tarcísio emitiu um comunicado afirmando que a greve era abusiva e ilegal. Ele já havia chamado anteriormente a paralisação de um ataque político. Segundo o governo, a greve não se trata de uma reivindicação salarial, mas sim de uma tentativa dos sindicatos de se oporem às políticas do governo legitimamente respaldadas nas urnas.

A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Ribeiro Duarte Lisboa, reafirmou a legitimidade e legalidade da greve, classificando-a como um ato histórico. Ela também alertou para outros movimentos contra as privatizações, afirmando que esta greve é apenas um dos primeiros passos para as mobilizações que virão.

No embate, Tarcísio defendeu o programa de parcerias, concessões e desestatizações, afirmando que ele busca melhorar a qualidade dos serviços públicos e está de acordo com as leis brasileiras. Por outro lado, Lisboa listou problemas enfrentados pelos serviços concedidos à iniciativa privada em São Paulo e no Rio de Janeiro, rebatendo a afirmação do governador de que a iniciativa privada é mais eficiente.

É importante ressaltar que houve dois recuos na véspera de outras greves desde a primeira ocorrida em março. Em junho, os metroviários pediram o pagamento de cestas de Natal, porém chegaram a um acordo com o Metrô e desistiram da greve. Já em agosto, funcionários do metrô sinalizaram uma paralisação contra o processo de concessão, mas ela foi suspensa para focar em um ato conjunto com trabalhadores da CPTM e da Sabesp, que foi adiado para esta terça-feira.

Além da greve no transporte público, o governo paulista também enfrenta outra paralisação gerada pela falta de docentes na USP (Universidade de São Paulo), iniciada na semana passada. A greve atingiu todas as unidades da universidade na capital paulista.

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