No entanto, quando analisado o desempenho da produção industrial em relação ao mesmo período do ano passado, o setor apresentou um crescimento de 0,5%. Mesmo com essa alta, o acumulado do ano ainda apresenta uma queda de 0,3%, e nos últimos 12 meses, a queda é de 0,1%.
O gerente da pesquisa, André Macedo, ressaltou que, apesar da leve melhora no desempenho da indústria em agosto, o setor ainda está distante de recuperar as perdas causadas pela pandemia. Atualmente, a produção industrial está 1,8% abaixo do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 18,3% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em maio de 2011.
Na análise por segmentos industriais, 18 dos 25 ramos pesquisados pelo IBGE apresentaram aumento na produção de julho para agosto. Os destaques foram os setores farmoquímicos e farmacêuticos, que registraram um crescimento de 18,6%, seguido por veículos automotores, reboques e carrocerias, com 5,2%, e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 16,6%.
Por outro lado, seis atividades apresentaram queda, sendo as mais significativas nas indústrias extrativas (-2,7%), produtos diversos (-8,0%), couro, artigos para viagem e calçados (-4,2%) e metalurgia (-1,1%). O segmento de celulose, papel e produtos de papel se manteve estável no mês.
Quando avaliadas as grandes categorias econômicas da indústria, três apresentaram alta: bens de consumo duráveis (8%), bens de consumo semi e não duráveis (1%) e bens de capital, que engloba as máquinas e equipamentos utilizados no setor produtivo, com um aumento de 4,3%. Já os bens intermediários, ou seja, os insumos industrializados usados no setor produtivo, tiveram uma queda de 0,3%.
Em resumo, apesar do crescimento da produção industrial em agosto, é preciso destacar que o setor ainda enfrenta desafios para se recuperar totalmente dos impactos causados pela pandemia. É necessário um acompanhamento contínuo para avaliar a retomada do setor nos próximos meses.
