A Procuradoria afirma que soube da possível operação pela imprensa e enviou um ofício ao secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, solicitando detalhes da Operação Maré. O prazo estabelecido para a resposta é de dez dias.
O Ministério da Justiça afirmou que recebeu a comunicação do MPF e irá se pronunciar dentro do período indicado.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Justiça confirmou o envio de 300 homens da Força Nacional e 250 da Polícia Rodoviária Federal para ajudar o estado.
O governador Cláudio Castro, do PL, afirmou que todo o planejamento e inteligência serão feitos em parceria com o governo federal. Ele também mencionou que as ações terão início no Complexo da Maré, mas podem se estender para outras áreas.
Na semana passada, o secretário-executivo Ricardo Cappelli e Castro se reuniram para discutir as ações, porém, nenhum detalhe foi divulgado na ocasião.
O Ministério Público Federal determinou que algumas medidas sejam cumpridas nessas operações, como o uso de câmeras nos uniformes das forças policiais, garantia das atividades da comunidade escolar e aviso prévio sobre a atuação dos agentes.
O documento enviado ao Ministério da Justiça questiona se as ações promovidas obedecerão aos comandos da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do STF na ADPF 635.
As decisões do STF estabelecem que todas as forças policiais envolvidas em operações devem fazer uso de câmeras, incluindo o Batalhão de Operações Especiais e a Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil. As imagens devem ser encaminhadas ao Ministério Público e disponibilizadas para a Defensoria Pública. As vítimas também poderão ter acesso ao conteúdo mediante representantes legais.
A ação realizada nesta terça-feira (3) para prender criminosos que teriam fugido do Complexo da Maré resultou na morte de dois homens. A Polícia Militar não divulgou os nomes, mas afirmou que ambos eram integrantes do tráfico e foram mortos após supostamente reagirem.
A operação ocorreu nas favelas São Carlos e Mineira, região central da capital fluminense. Foram apreendidos uma metralhadora, duas pistolas, radiocomunicadores, drogas, carregadores e munição.
De acordo com informações da polícia, os criminosos teriam saído da Vila do João em direção ao São Carlos e à Mineira após o anúncio de uma ação integrada dos governos estadual e federal na Maré.