De acordo com Castro, serão utilizados drones equipados com tecnologia de inteligência artificial para reconhecimento facial e de placas, 50 viaturas, 12 blindados, três aeronaves, cinco ambulâncias e a unidade de demolição da Polícia Militar, que irá trabalhar na retirada de barricadas. O governador ressaltou que a operação está sendo cuidadosamente planejada para ocorrer de forma inteligente, com o uso de tecnologia e investigação.
Nesta segunda-feira (2), Castro se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que disponibilizou um contingente de 570 agentes, sendo 300 da Força Nacional e 270 da Polícia Rodoviária Federal, além de 50 viaturas e 22 blindados. O ministro também anunciou que há uma verba de R$ 95 milhões destinada para presídios de segurança máxima no estado do Rio.
O governador ressaltou que as forças federais irão atuar em apoio às forças estaduais em um trabalho mais amplo, que envolverá o bloqueio de recursos financeiros, o combate à entrada de armas e drogas no Rio, bem como a prisão dos líderes das facções criminosas, que serão enviados para presídios federais. Ele enfatizou que essa é uma ação mais completa e complexa em comparação às ações anteriores.
Essa operação conjunta e o apoio das autoridades federais são parte do apoio emergencial do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que também inclui a liberação de R$ 20 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para o governo da Bahia adquirir equipamentos e viaturas, entre outros recursos.
No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) questionou a operação e enviou um ofício ao secretário executivo do Ministério da Justiça solicitando informações sobre o apoio federal que será prestado. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro deu um prazo de dez dias para o ministério informar se as ações obedecerão às determinações da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal, que incluem o uso de câmeras em todas as operações e a prestação de serviços médicos aos feridos.
As ações das forças de segurança no estado do Rio têm sido alvo de críticas e preocupações quanto aos direitos humanos. Segundo o Instituto de Segurança Pública, em 2022, 1.327 pessoas morreram em ações das forças de segurança, representando 29,7% de todas as mortes violentas registradas no ano. Além disso, o Instituto Fogo Cruzado aponta que as ações policiais têm vitimado crianças e adolescentes nos últimos sete anos, com 112 mortes e 174 feridos.
A operação no Complexo da Maré busca combater o crime organizado na região, mas é essencial que as autoridades garantam o respeito aos direitos humanos e evitem o uso excessivo da força. É importante que as ações sejam conduzidas de forma transparente e de acordo com os preceitos legais, para que a segurança pública seja efetivamente garantida sem violar os direitos dos cidadãos.