Governo classifica greve de metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp como ilegal e abusiva em meio a disputa por privatização

A greve dos trabalhadores do metrô, da CPTM e da Sabesp, que ocorreu nesta terça-feira (3), despertou duras críticas por parte do governo estadual de São Paulo, que classificou a paralisação como “ilegal e abusiva”.

Essa greve é resultado das divergências entre os grevistas e o governo em relação aos planos de privatização de serviços públicos, propostos pelo governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos.

Os planos para o Metrô, a CPTM e a Sabesp estão em estágios diferentes de maturidade. No entanto, enfrentam resistência por parte dos sindicatos dos funcionários das estatais, dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda.

No caso da Sabesp, a venda da companhia de saneamento é o projeto mais avançado até o momento. O governo pretende enviar o projeto de lei da privatização ainda neste mês e espera aprová-lo até o fim do ano. Atualmente, o governo estadual possui 50,3% das ações da empresa, enquanto o restante é negociado na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova York. A proposta é vender parte das ações do governo e repassar a administração para o setor privado, sendo que os detalhes finais ainda estão sendo definidos.

Em relação à CPTM, o governo encomendou um estudo para privatizar todas as linhas que atualmente são administradas diretamente pela empresa pública. Já existe um edital publicado para a concessão da linha 7-rubi, que conecta a capital a Jundiaí. O leilão dessa concessão está previsto para fevereiro de 2024. Além disso, há estudos em andamento para a concessão das linhas 10-turquesa, 11-coral, 12-safira e 13-jade.

No caso do Metrô, já estão em andamento planos para a concessão dos serviços de atendimento ao público nas estações e da manutenção da linha 15-prata. Esses pregões estão agendados para o mês de outubro. Além disso, existe o plano de privatizar a operação das quatro linhas públicas do Metrô – 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata -, porém, oficialmente, o processo de estudo para essas concessões ainda não começou.

Para a implementação de novas linhas de metrô, o governo já iniciou uma consulta para uma parceria público-privada que viabilize a construção das linhas 19-celeste, que conectaria a capital a Guarulhos, e 20-rosa, até o ABC Paulista. Há também um projeto de parceria público-privada para reformar e administrar a Estrada de Ferro de Campos do Jordão.

No entanto, os sindicatos e a oposição ao governador Tarcísio defendem que a população seja diretamente consultada sobre as privatizações. Metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp realizaram um plebiscito independente sobre as concessões de linhas, e pedem que o governador oficialize essa consulta.

O governo Tarcísio rejeita a ideia de plebiscito para aprovar privatizações e afirma que todos os projetos passarão por audiências públicas antes de serem aprovados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo