Simpósio discute o futuro da indústria química no ABC e busca soluções para proteção do setor e fortalecimento da economia

No último encontro promovido pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, representantes da Indústria Química, prefeituras da região, Consórcio Intermunicipal Grande ABC, universidades e deputados estaduais se reuniram para discutir “O Futuro da Indústria Química no ABC”. O objetivo do simpósio foi ouvir os empresários e debater as demandas mais urgentes do setor.

Durante o encontro, André Passos, presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), apresentou dados alarmantes sobre o setor no Brasil. Segundo ele, o aumento do número de importações de produtos químicos tem sido prejudicial para a indústria nacional, resultando em uma perda de aproximadamente R$ 2 bilhões em impostos. Passos destacou que essa abertura nas importações foi causada, em parte, por ações como a pandemia de Covid-19, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a movimentação de alguns países asiáticos para proteger suas indústrias.

Diante desse cenário, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, presidente da Frente Parlamentar em Apoio à Indústria Química e Farmacêutica do Estado de São Paulo, afirmou que a desindustrialização do país nos últimos anos é um dos principais fatores responsáveis pela queda do setor químico. Segundo o parlamentar, a indústria do agronegócio foi privilegiada em detrimento de outros setores industriais, resultando no desmantelamento de diversas indústrias.

Outro ponto levantado durante o encontro foi a queda na arrecadação dos municípios devido à redução da indústria química. O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Mário Reali, ressaltou a importância do Polo Petroquímico para a economia local e afirmou que é necessário encontrar meios de proteger a indústria e estimular seu desenvolvimento.

Dessa forma, tanto os empresários quanto os entes públicos concordaram que é essencial criar mecanismos de proteção à indústria química, além de investir em tecnologia e formação de mão de obra especializada. Além disso, foi discutida a necessidade de um reconhecimento estadual do Polo Petroquímico, o que poderia ajudar a evitar a construção de um condomínio residencial ao lado do Polo, que levanta preocupações sobre a questão da poluição e segurança.

Uma proposta apresentada é que o Plano Diretor da cidade de São Paulo siga o que já foi acordado em projetos debatidos em Mauá e Santo André, criando um limite de construção de habitações verticais no entorno do Polo Petroquímico.

Identificando a importância da indústria química para a região e para o estado, os participantes do simpósio reforçaram a necessidade de união entre os setores público e privado para enfrentar os desafios e buscar soluções que garantam o crescimento e a sustentabilidade do setor no ABC.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo