Sesc transforma antigo prédio do Mappin em museu de cultura e lazer na região central de São Paulo

O edifício que abrigou a famosa loja de departamentos Mappin, considerada a primeira desse tipo na cidade de São Paulo, será parcialmente reaberto ao público. O local passará a contar com um espaço de exposição dedicado ao Sesc (Serviço Social do Comércio), uma instituição centenária que adquiriu o prédio por R$ 71 milhões. A expectativa é que a inauguração ocorra antes da conclusão da reforma completa do prédio, prevista para 2027.

O edifício João Brícola, projetado pelo renomado arquiteto Elisário Bahiana, terá o térreo e o primeiro pavimento equipados com recursos eletrônicos interativos, que contarão a história e as conquistas do Sesc ao longo de seus quase 80 anos de existência. Luiz Galina, diretor em exercício, afirma que será um museu do presente e do futuro da instituição, mas também terá o aspecto de preservar a memória.

Essa iniciativa representa mais um exemplo de retrofit na região central de São Paulo, onde a prática de recuperar e dar novos usos a prédios degradados tem crescido, com mais de 20 projetos em andamento na área. Ainda não foi contratado um escritório de arquitetura para a nova instalação do Sesc, mas a direção planeja um piso térreo aberto e integrado aos calçadões do entorno, além de um café para os frequentadores.

Além da área de exposição, o restante do prédio será utilizado como central administrativa, abrigando cerca de 600 dos 800 funcionários que atualmente estão instalados na sede do Sesc Belenzinho, na zona leste da cidade. Essa proposta tem gerado críticas, pois contribuiria de forma modesta para a revitalização da região central, já que teria movimento apenas em horário comercial, de segunda a sexta-feira.

O edifício está localizado em uma área central com grande degradação nos últimos anos, com aumento da população de rua, esvaziamento de imóveis e ações de combate à cracolândia. A prefeitura e o governo estadual têm debatido propostas de requalificação para a região, e o antigo Hotel Explanada e o Cine Marrocos fazem parte desses planos, que visam criar um complexo hoteleiro com centro de eventos.

Fernando Chucre, secretário municipal de Planejamento e integrante da equipe que trabalha no projeto de requalificação do centro, questiona a escolha do Sesc de criar uma sede administrativa no local, em vez de utilizar o prédio para uma finalidade com maior potencial de atrair público. No entanto, Galina argumenta que muitas pessoas procuram a administração central do Sesc para discutir projetos, ideias e programação de eventos, e que é uma forma de contribuir para o retorno do centro de São Paulo como sede de grandes empresas e instituições.

Para complementar suas atividades na região central, o Sesc também está inaugurando uma nova unidade na Bela Vista, o Sesc 14 Bis, que ocupará parte de um edifício já existente. Além disso, estão previstas a inauguração do Sesc Parque Dom Pedro II, próximo ao Mercado Municipal, e a reativação do prédio do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), fechado desde 2008.

Dessa forma, o Sesc está investindo na revitalização da região central de São Paulo, trazendo cultura, lazer e atividades para a população e contribuindo para a valorização dos prédios históricos e o desenvolvimento da área. A expectativa é que essas iniciativas tenham um impacto positivo e ajudem no processo de requalificação do centro da cidade.

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