A ciclovia do Parque Linear Bruno Covas é conhecida como um reduto de ciclistas, patinadores, skatistas, pedestres e famílias que buscam fugir do trânsito e dos perigos da cidade. No entanto, a mistura de álcool e volante representa um perigo para todos que utilizam esse espaço. Dados mostram que o consumo de álcool no trânsito é responsável por um número alarmante de mortes no Brasil, com uma vítima fatal a cada hora.
Além disso, é importante ressaltar que eventos que envolvem bebidas alcoólicas em locais de grande circulação de pessoas, como uma ciclovia, podem resultar em acidentes e colocar em risco a vida dos usuários. Casos emblemáticos, como as mortes de Marina Harkot, Claudemir Kauã e Marcelo Henrique Maciel, ciclistas que foram atropelados por motoristas embriagados, evidenciam os riscos desse tipo de comportamento.
Diante desses fatos, questiona-se a responsabilidade das empresas envolvidas nessa parceria. Será que elas estão cientes dos perigos que o consumo de álcool e a direção representam? Será que consideraram o histórico de mortes de ciclistas causadas por motoristas embriagados antes de escolher a ciclovia para promover suas marcas?
A resposta parece ser clara: o lucro fala mais alto. A desculpa de que estão tomando todas as medidas de segurança necessárias, como equipes de segurança e motoristas qualificados, não é suficiente para justificar a realização de um evento desse tipo em um local onde as pessoas vão em busca de tranquilidade e segurança.
É preciso repensar o futuro do rio Pinheiros e das cidades com sustentabilidade, mas não podemos esquecer que a vida e a saúde devem ser compromissos fundamentais nesse processo. Ações como essa parceria entre a fabricante de automóveis e a cervejaria levantam questionamentos sobre as prioridades dessas empresas e mostram que, muitas vezes, o dinheiro fala mais alto do que a segurança e o bem-estar da população.
Portanto, é necessário que as empresas reconsiderem suas estratégias e busquem alternativas que promovam suas marcas sem comprometer a segurança e colocar em risco a vida das pessoas. Afinal, a preservação da vida deve ser sempre a prioridade máxima.
