Funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp confirmam greve contra privatizações anunciadas por Tarcísio de Freitas.

Nesta terça-feira (3), os funcionários do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trans Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) irão paralisar suas atividades em uma greve convocada em protesto contra os planos de privatizações anunciados pela gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A assembleia unificada das três companhias estaduais decidiu pela paralisação, exigindo o cancelamento de todos os processos de concessão no Metrô, na CPTM, na Sabesp e na Estrada de Ferro de Campos do Jordão, além da realização de um plebiscito oficial sobre a privatização dos serviços. Vale ressaltar que as categorias já estão conduzindo uma consulta independente sobre a questão.

A paralisação afetará as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata do Metrô, enquanto na CPTM as expectativas apontam para a paralisação de todas as linhas administradas pela empresa pública. Por outro lado, as linhas 4-amarela e 5-liás do metrô, assim como as linhas 8-diamante e 9-esmeralda, seguirão operando normalmente, pois são administradas por empresas concessionárias do grupo CCR.

No entanto, decisões na Justiça do Trabalho determinaram que tanto o Metrô quanto a CPTM funcionem com capacidade total nos horários de pico, enquanto nos demais horários os funcionários devem garantir 80% do efetivo. Além disso, os funcionários pleitearam na Justiça o direito de substituir a paralisação por um protesto com catracas livres, o que foi negado pelo TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região), com a juíza Raquel Gabbai de Oliveira aceitando o argumento da companhia sobre os riscos de tumulto e acidentes.

Vale lembrar que esta será a segunda greve no Metrô em 2023, sendo que a última ocorreu em março, quando os metroviários fizeram uma paralisação de dois dias, reivindicando reajustes salariais e melhoria das condições de trabalho.

Os sindicatos argumentam que as concessões de linhas de transporte e da operação da rede de água e esgoto irão piorar a qualidade dos serviços, citando como exemplo o aumento das falhas nas linhas 8-diamante e 9-esmeralda, administradas pela ViaMobilidade. O governador também encomendou estudos para privatizar todas as linhas remanescentes da CPTM e tem a intenção de fazer o mesmo com as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública, além de preparar o projeto de lei que autorizaria o repasse da Sabesp à iniciativa privada.

Atualmente, os trabalhadores das três categorias estão realizando um plebiscito independente para que a população possa expressar sua opinião sobre a privatização dos serviços de transporte e saneamento. A consulta teve início em setembro e deve durar até novembro, com urnas disponíveis em estações do sistema metroferroviário, escolas, sedes de movimentos sociais e algumas igrejas, entre outros locais.

Os sindicatos ressaltam que a eleição de Tarcísio no ano passado não significa uma aprovação automática das privatizações e afirmam que a população deveria ser consultada especificamente sobre esses projetos. Além disso, eles argumentam que o governo estadual não tem respondido às tentativas de diálogo dos funcionários.

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