Empresa ligada a família próxima do prefeito Ricardo Nunes fecha nove contratos emergenciais com a Prefeitura de São Paulo nos últimos anos.

Uma empresa ligada à família do prefeito Ricardo Nunes fechou nove contratos emergenciais com a Prefeitura de São Paulo nos últimos anos. Os acordos assinados entre 2021 e 2023 sem licitação pela DPT Engenharia e Arquitetura somam um total de R$ 43 milhões.

O CEO da empresa é Pedro José da Silva, padrinho da filha do prefeito e ex-coordenador de gabinete do então vereador Ricardo Nunes. A DPT tem como único sócio o filho de Pedro, Pedro José da Silva Junior.

A DPT foi constituída em 2019 e possui capital social de R$ 1,3 milhão. A empresa tem sua sede na Cidade Dutra, bairro da zona sul de São Paulo.

O prefeito Ricardo Nunes afirmou que a empresa presta serviços tanto para a prefeitura quanto para o setor privado desde antes de ele entrar na vida pública. No entanto, a primeira parceria entre a DPT e o município foi estabelecida apenas em 2020.

O jornal entrou em contato com o CEO Pedro Silva, mas não obteve resposta até o momento. No entanto, é importante destacar que Pedro Silva e Ricardo Nunes têm um bom relacionamento, e Pedro costumava postar vídeos com as realizações do prefeito em suas redes sociais.

Pedro já foi sócio de empresas do ramo da construção civil e de jornais de bairro. Ele presta serviços à administração municipal desde o início dos anos 2000. Atualmente, Pedro acumula dívidas tributárias de R$ 1,5 milhão com a União, de acordo com a lista de devedores da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Ricardo Nunes assumiu a prefeitura de São Paulo após a morte de Bruno Covas, em maio de 2021. Desde então, a DPT aumentou o número de contratos sem licitação com a prefeitura.

O Tribunal de Contas do Município está realizando uma auditoria nos contratos das secretarias municipais de Infraestrutura Urbana e Obras e de Subprefeituras, que concentram os contratos emergenciais. O relatório do tribunal aponta que o valor gasto pela prefeitura com obras emergenciais saltou de R$ 20 milhões em 2017 para R$ 2,1 bilhões em 2022.

A legislação permite a dispensa de licitação apenas em casos de emergência ou calamidade. A prefeitura afirma que o aumento se deu devido às demandas das subprefeituras e ao agravamento das situações de risco nas regiões periféricas. A administração ressalta que os acordos são assinados após vistorias da Defesa Civil e de engenheiros, que atestam o risco iminente, e parecer jurídico assinado por um procurador do município.

A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras afirmou que firmou nove contratos emergenciais com a DPT desde janeiro de 2021, além de outros três fechados após licitação. A pasta destaca a transparência, celeridade e responsabilidade na gestão dos recursos públicos e ressalta a parceria com a Fundação Getúlio Vargas para o acompanhamento dos processos da secretaria.

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