Deputadas da base aliada pedem a Lula a indicação de uma mulher negra ao STF, buscando maior representatividade no Judiciário

Um grupo de deputadas federais da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao chefe do Executivo pedindo que ele indique uma mulher negra para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A solicitação surge após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, na última quinta-feira.

Dentro do Palácio do Planalto, alguns nomes masculinos são cotados para assumir a vaga, como Flávio Dino, atual ministro da Justiça, Jorge Messias, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), e Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). No entanto, o grupo de deputadas ressalta a importância de uma indicação feminina e negra para o STF, alegando que a representatividade e a diversidade são fundamentais para a retomada da democracia no Brasil.

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2019, o Judiciário ainda é dominado por homens, com as mulheres representando apenas 38,8% dos integrantes. Além disso, se consideradas apenas as funções de desembargadora, corregedora, vice-presidente e presidente, esse índice diminui para algo entre 25% e 30%. Diante desses números alarmantes, as deputadas argumentam que é imprescindível mudar essa realidade e garantir a representatividade feminina nos espaços de poder.

As parlamentares destacam ainda que, ao longo de 132 anos de história do STF, nenhuma mulher negra ocupou uma cadeira de ministra na Corte. Desde a redemocratização do país, apenas três mulheres brancas e um homem negro assumiram o cargo. Essa falta de diversidade é motivo de indignação do grupo, que considera necessário promover a inclusão e a representatividade no Judiciário brasileiro.

Além disso, as deputadas mencionam os esforços de coletivos e grupos da sociedade civil, que realizaram intervenções em pontos turísticos no Brasil e no exterior, além de coletar 40 mil assinaturas em apoio à indicação de uma mulher negra para o STF. Essas iniciativas evidenciam a demanda da sociedade por uma maior diversidade no poder judiciário.

As deputadas, que se intitulam como parlamentares do campo progressista, reafirmam o compromisso com o enfrentamento das desigualdades estruturantes na sociedade brasileira. Para elas, a indicação de uma mulher negra para o STF seria um marco importante na construção de um Judiciário mais inclusivo e representativo, capaz de enfrentar os desafios contemporâneos e proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas. Resta agora aguardar a decisão do presidente Lula em relação à próxima nomeação para o Supremo Tribunal Federal.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo