Chapada dos Veadeiros: O encontro místico entre extraterrestres, natureza exuberante e desafios ambientais

No mês passado, o autor desta matéria decidiu visitar a Chapada dos Veadeiros em busca de paz e tranquilidade junto com sua família. No entanto, o que ele encontrou foi muito mais do que imaginava. A região é conhecida por suas comunidades alternativas, feiras esotéricas e, é claro, a presença frequente de extraterrestres.

Os ETs se tornaram um símbolo da região, estampando camisetas e chaveiros, e até mesmo decorando uma nave de plástico na praça central. A presença alienígena até mesmo contribui para a prosperidade do comércio local. Uma tabacaria exibe um aviso que diz “vendemos seda e consertamos discos voadores”.

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Mas de onde vem essa inclinação para o extraterrestre? Segundo uma pesquisa da NASA, a Chapada dos Veadeiros tem a maior luminosidade quando vista do espaço, graças ao solo rico em cristais. Além disso, a região é cortada pelo Paralelo 14, uma linha imaginária que conecta diversos pontos sagrados do planeta, incluindo Machu Picchu.

É também nessa região que ocorriam as reuniões dos Cavaleiros de Maytrea, um grupo que acreditava que a Chapada dos Veadeiros seria o local ideal para se salvar do apocalipse e, quem sabe, embarcar em um disco voador. Além disso, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, reconhecido como Patrimônio Mundial Natural pela Unesco, oferece um cenário inspirador para todas as formas de misticismo, assim como as formações rochosas do Vale da Lua.

Todas essas características fizeram com que a região prosperasse como um destino turístico verde e new age. No entanto, a Chapada dos Veadeiros também enfrenta desafios. De um lado, há cantos xamânicos e uma adoração à natureza. Do outro, as queimadas que destroem a flora e a fauna local – o cerrado é o bioma que mais perdeu área nos últimos anos. De um lado, há restaurantes veganos e produção orgânica. Do outro, a agropecuária e as monoculturas, como a soja.

A região também é marcada por um conflito entre os defensores da preservação e aqueles que promovem o desmatamento. Ambos convivem nessa área e, provavelmente, frequentam os mesmos bares. Nas esquinas, há resquícios da contracultura. No entanto, nos arredores, a máquina do sistema continua a devastar tudo ao seu redor. E, no meio de tudo isso, essa mistura única se desdobra.

Antes de partir, o autor visitou um lugar peculiar, uma construção em forma de gota dedicada à música e à meditação. Após fechar os olhos e seguir os cantos da cítara, ele se conectou com algo extraterrestre: ele mesmo, um viajante que raramente consegue se conectar consigo mesmo.

Com a alma renovada pela música e pelos banhos de cachoeira, o autor pegou a estrada de volta para Brasília. No caminho, ele se deparou com uma fumaça densa e escura vindo de um incêndio. Por um momento, a fumaça bloqueou a visão dos motoristas, criando uma névoa que simboliza a destruição ambiental e as mudanças climáticas. Enquanto atravessava essa névoa, o autor refletiu sobre o misticismo e a crença em vida extraterrestre que precisamos para enfrentar o futuro incerto.

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