Estudo revela desafios enfrentados por mulheres em vulnerabilidade social na busca por emprego e destaca a importância da capacitação

Um estudo realizado pelo Instituto Carlos Chagas, através do Projeto Menina-Moça, Mulher, no Rio de Janeiro, destaca os obstáculos enfrentados por mulheres em situação de vulnerabilidade social ao tentarem ingressar no mercado de trabalho. O estudo contou com a participação de 40 mulheres assistidas pelo projeto, conduzidas pela equipe de pesquisa da área de assistência social e geração de renda e trabalho.

De acordo com os resultados preliminares, 82,5% das entrevistadas eram mulheres negras (pretas e pardas) e a pesquisa também abrangeu o público LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli, Não-binárias e mais).

Entre as necessidades mais mencionadas pelas entrevistadas, a busca por um emprego formal foi citada por 57,5% das respostas. Outro dado relevante foi que 45% das mulheres possuíam ensino fundamental incompleto.

É importante ressaltar que todas as mulheres que possuíam ensino básico incompleto (82,5%) demonstraram o desejo de voltar aos estudos e conquistar uma nova profissão. O perfil das participantes indica que a maioria das mulheres em situação de vulnerabilidade social possui filhos, mas não contam com uma rede de apoio familiar para cuidar das crianças enquanto procuram emprego. A situação social destas mulheres muitas vezes inviabiliza a matrícula dos filhos em creches ou escolas, tornando a busca por emprego ainda mais difícil.

Outro desafio apontado na busca e conquista de um emprego é a aparência física das mulheres. Por apresentarem características diferentes dos padrões adotados pela sociedade, esse grupo enfrenta grandes barreiras na hora de encontrar uma vaga de trabalho.

A falta de políticas públicas eficientes para promover a igualdade de gênero e o empoderamento econômico torna a busca por estabilidade financeira uma jornada árdua para essas mulheres, perpetuando um ciclo de desigualdade.

Para ajudar a combater essa realidade, o Projeto Menina-Moça, Mulher propõe oficinas de capacitação e geração de renda, que preparam essas mulheres para o mercado de trabalho. Além disso, também são oferecidas oficinas de empregabilidade, com o objetivo de promover a inserção no mercado.

“A educação é a chave para mudar a realidade apresentada”, afirmou Marília Brito, coordenadora das oficinas de capacitação e geração de renda e trabalho, em nota.

O projeto atende jovens a partir de 12 anos, na Lapa, Avenida Mem de Sá, 254, no Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira. Além disso, conta com o apoio de instituições parceiras como a Associação Ressurgir, no Rio Comprido, e a Associação Filantrópica Arte Salva Vidas, no Caju.

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