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Crise na segurança pública na Bahia resulta em sete mortes em ações policiais

No último dia 29, pelo menos sete pessoas perderam a vida em diferentes ações policiais na Bahia, em meio à crise na segurança pública que assola a gestão do governador Jerônimo Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT). A situação se agrava ainda mais, já que somente neste mês de setembro, mais de 60 pessoas foram mortas em operações policiais sequenciais.

Essas ações ocorrem após a morte do agente da Polícia Federal, Lucas Caribé Monteiro, há 15 dias, durante uma operação no bairro de Valéria, em Salvador. Desde então, o governo baiano intensificou sua parceria com o governo federal para combater o crime organizado.

Em Santo Amaro, no recôncavo do estado, quatro homens foram baleados em confronto com os agentes, segundo informações confirmadas pela Polícia Militar. A corporação afirmou que todos eles eram suspeitos. Os nomes dos mortos foram identificados como Gabriel Sales de Barros, Anderson Júlio Magalhães Silva, Lucas Vieira dos Santos e Alex Coelho dos Santos.

As equipes policiais receberam denúncias de que homens armados estariam vendendo drogas em uma rua conhecida como “Prainha”, em Acupe, e foram até o local. Durante a abordagem, um grupo de indivíduos atirou contra os policiais, resultando em uma troca de tiros. Quatro suspeitos foram encontrados feridos e levados para o hospital Nossa Senhora Natividade, porém, infelizmente, eles não resistiram aos ferimentos.

Durante essa operação, a polícia apreendeu uma espingarda, três pistolas – duas delas com numerações raspadas -, munição, carregadores para as armas de fogo, drogas, sete celulares, duas máquinas de cartão bancário, um caderno de anotações, uma blusa camuflada e cerca de R$ 4.000 em dinheiro. Todo o material apreendido foi encaminhado para a delegacia de Santo Amaro, onde a ocorrência foi registrada.

Além desses acontecimentos, outros dois homens morreram durante uma operação policial no bairro de Nova Brasília, em Salvador. A Polícia Militar informou que os agentes estavam em uma ronda quando se depararam com homens armados, que dispararam contra a guarnição. Os policiais revidaram e atingiram dois dos suspeitos, enquanto os demais conseguiram fugir. Durante a ação, a polícia apreendeu um revólver, uma pistola 9 mm, munição e uma mochila contendo cocaína, maconha e uma balança de precisão.

Em outra ocorrência na capital baiana, um homem também veio a óbito após confronto com as forças de segurança no bairro de Valéria. Durante a operação, foram encontrados com ele um revólver, carregadores e munição. Além disso, um suspeito foi preso com drogas, armas e roupas camufladas.

As mortes ocorreram em circunstâncias que estão sendo registradas como autos de resistência, ou seja, quando há alegação de confronto entre suspeitos e policiais.

A Bahia passa por um dos momentos mais graves em relação à segurança pública, com o aumento da guerra entre facções criminosas, chacinas e a escalada da letalidade policial, concentradas nas periferias das cidades, onde famílias vivenciam diariamente a morte de jovens negros e pobres.

Em 2022, a Bahia registrou o maior número absoluto de mortes violentas do Brasil, com 6.659 assassinatos. Além disso, o estado foi o líder em mortes decorrentes de intervenção policial, com 1.464 ocorrências em um ano.

Diante desse cenário, a Anistia Internacional divulgou uma nota ressaltando o fracasso do governo Jerônimo Rodrigues e das gestões anteriores em oferecer uma política de segurança baseada em inteligência e respeito aos direitos humanos. A entidade também criticou a inaptidão do Ministério da Justiça e Segurança Pública em lidar com essa situação e ressaltou que não há justificativa plausível para violações dos direitos humanos.

Enquanto o estado enfrenta essa grave crise na segurança pública, a população continua sofrendo as consequências da violência, que parece estar longe de ser controlada. É preciso tomar medidas efetivas para garantir a segurança e a vida dos cidadãos baianos.

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