Repórter São Paulo – SP – Brasil

Situação precária do planetário do parque do Carmo em SP compromete vida útil de equipamento milionário que cusou R$ 20 milhões.

O planetário do Parque do Carmo, localizado na zona leste de São Paulo, enfrenta uma situação precária que ameaça diminuir sua vida útil. O equipamento, que custou aos cofres públicos o equivalente a R$ 20 milhões, foi projetado para durar pelo menos cinco décadas, mas está sofrendo com diversos problemas estruturais.

Com uma área de 1.750 m² e capacidade para 168 pessoas, o planetário possui um projetor alemão Zeiss Universarium VIII, capaz de exibir 9.000 estrelas na abóbada. Essa tecnologia é considerada mais avançada do que a do planetário do Parque do Ibirapuera, sendo que apenas quatro desses aparelhos estão em atividade no mundo.

No entanto, fungos têm se proliferado nas lentes do projetor devido à umidade do prédio, enquanto as oscilações frequentes de energia têm queimado placas e componentes eletrônicos da máquina. Luiz Sampaio, dono da empresa responsável pela manutenção do equipamento, afirma que esses defeitos são resultado do excesso de umidade e da instabilidade elétrica do local.

Em uma visita realizada pela reportagem, foram encontradas goteiras no saguão de entrada, marcas de ferrugem na tela de projeção e fungos visíveis nas paredes e no teto do edifício. Além disso, um forte cheiro de mofo foi notado na cúpula onde o “céu” é projetado. A falta de estabilizador elétrico e para-raios obriga os funcionários a cancelarem sessões em dias de chuva.

Os problemas de infraestrutura do planetário são antigos. Inaugurado em 2005, o espaço funcionou por apenas dois anos antes de ser fechado para reformas, que se arrastaram até 2016. Na época da reabertura, o então prefeito Fernando Haddad afirmou que todas as reparações haviam sido feitas e que o espaço estava em condições de funcionar sem interrupções.

No entanto, a atual Secretaria do Verde e do Meio Ambiente reconhece que o projeto de reforma contratado pela prefeitura é insuficiente e que uma reconstrução completa seria necessária para resolver os problemas estruturais do planetário. O vereador Alessandro Guedes também defende uma reforma mais ampla, considerando que o investimento atual não condiz com as necessidades do espaço.

Enquanto a reforma não é realizada, o planetário continua a receber visitantes, como o artur, uma criança autista de sete anos que desenvolveu um interesse em astronomia. No entanto, os pais reclamam da falta de divulgação do espaço e da dificuldade de agendar visitas devido a problemas no site.

A prefeitura afirma que divulga a programação do planetário nas redes sociais oficiais e nos sites da Umapaz, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e da Prefeitura de São Paulo. No entanto, moradores da região reclamam que a divulgação é insuficiente e que o espaço aparenta estar abandonado. Enquanto isso, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma que a reforma está sendo planejada e será realizada em breve.

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