Violência em clínicas de recuperação de dependentes químicos ligadas à Kairós Prime é investigada em São Paulo

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) divulgou informações preocupantes sobre a violência que tem ocorrido em clínicas ligadas à Kairós Prime, instituição de recuperação de dependentes químicos localizada em Embu-Guaçu, na região metropolitana de São Paulo.

Segundo a SSP-SP, houve registros de violência em outras clínicas ligadas à Kairós Prime, além da unidade de Embu-Guaçu. No último dia 25, um homem de 39 anos foi encontrado morto com sinais de violência na clínica, e cinco pessoas foram presas em flagrante. Essa é a segunda morte ocorrida na unidade este ano, sendo que outra ocorreu em março, quando um homem de 27 anos foi encontrado morto no pescoço, também com sinais de violência.

O proprietário da Kairós Prime, Ueder Santos de Melo, também está ligado a outras quatro clínicas. A SSP-SP não divulgou informações precisas sobre casos ocorridos nessas outras unidades, que têm Melo como um dos sócios registrados.

Nas duas unidades de Juquitiba, também localizadas na Grande São Paulo, foram registrados quatro casos, incluindo lesão corporal, tortura e duas mortes naturais ocorridas em dezembro de 2022 e maio de 2023. Em maio deste ano, foi registrado um caso de lesão corporal na unidade de São Lourenço da Serra, e em junho de 2017 ocorreu um desaparecimento no mesmo local.

A Polícia Civil está atuando para esclarecer todas as circunstâncias dos casos e punir os envolvidos. Até o momento, oito funcionários das clínicas foram presos.

A unidade da Kairós em Itapecerica da Serra teve duas ocorrências expedidas pela Vigilância Sanitária municipal, sendo uma delas em março, quando foram apreendidos e inutilizados produtos (medicamentos), e a outra em maio, quando foi aplicada uma advertência séria. Ainda não são conhecidos os motivos dessas ações.

Em entrevista à TV Brasil, o proprietário das clínicas, Ueder Santos de Melo, afirmou que não tinha conhecimento dos casos de violência e que repudia o uso da força ou da violência em dependentes químicos. Ele confirmou ser o proprietário das unidades em Juquitiba e Embu-Guaçu, mas negou qualquer envolvimento direto nas outras unidades. Melo defendeu o trabalho sério realizado pelos funcionários e sócios, mas admitiu que eles escondiam abusos e posturas inadequadas.

Melo também criticou o teor das reportagens divulgadas pela imprensa, alegando que as informações são incompletas ou mal checadas. Ele ressaltou que possui um histórico de dez anos de abuso de álcool e drogas, e que decidiu criar as clínicas após superar esse período crítico de dependência.

Diante desses acontecimentos, é fundamental que as autoridades competentes investiguem a fundo as denúncias de violência e garantam a segurança e o bem-estar dos pacientes das clínicas de reabilitação. Acredita-se que medidas rigorosas serão tomadas para evitar que casos semelhantes ocorram no futuro. A população espera que as instituições de recuperação de dependentes químicos sejam locais seguros e adequados para a recuperação de seus pacientes.

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