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Prefeitura de Manaus decreta situação de emergência devido à seca no Rio Negro, elevando para 17 o número de municípios afetados.

A prefeitura de Manaus decretou situação de emergência devido à seca no Rio Negro, atingindo a cota de 16,11 metros, considerada muito baixa para o período. Com esse decreto, o número de municípios amazonenses em estado de emergência devido à estiagem chegou a 17. A seca tem prejudicado especialmente as zonas ribeirinhas e rurais da capital, causando dificuldade de acesso a alimentos e água potável para os moradores dessas regiões. Diante dessa situação, a prefeitura anunciou medidas para ajudar a população, como a distribuição de alimentos e a perfuração de poços artesianos para levar água às comunidades afetadas, além da entrega de botes com motor.

Enquanto Manaus registrou dois focos de queimadas nas últimas 48 horas, municípios do interior do estado, como Autazes, Novo Airão e Iranduba, contabilizaram 58 ocorrências, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esses incêndios contribuíram para que a cidade ficasse encoberta por uma nuvem de fumaça. Apenas em setembro, foram registrados 6.597 focos de queimadas no Amazonas, sendo 34 nas últimas duas dias em Autazes, 10 nos municípios de Careiro e Careiro da Várzea, 8 em Novo Airão e 6 em Iranduba.

A situação de emergência é declarada quando ocorre uma situação anormal causada por desastres, resultando em danos e prejuízos à comunidade. Nesses casos, a capacidade de resposta do poder público fica parcialmente comprometida. Além de Manaus, os municípios de Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Coari, Eirunepé, Envira, Itamarati, Ipixuna, Jutaí, Maraã, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Tabatinga, Tefé e Uarini também declararam situação de emergência.

Dos 62 municípios do Amazonas, apenas Presidente Figueiredo e Apuí não estão sofrendo os impactos da seca. Cinco municípios estão em estado de atenção e 38 em alerta. As áreas mais afetadas pela baixa das águas estão nas calhas do Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões. A previsão é que a situação se agrave ainda mais em outubro, quando a seca se intensifica. A Defesa Civil estima que cerca de 500 mil pessoas sejam afetadas pela estiagem até dezembro no estado.

O fenômeno El Niño, que eleva a temperatura das águas superficiais do oceano na região do Pacífico Equatorial, juntamente com o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, tem inibido a formação de nuvens, reduzindo o volume de chuvas na Amazônia, conforme apontado pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa).

A situação de emergência vivida pelo Amazonas requer ações urgentes das autoridades para garantir o acesso a alimentos e água potável às comunidades afetadas, bem como para combater as queimadas e reduzir os danos causados pela seca. A população ribeirinha e rural, que depende diretamente do Rio Negro, precisa de suporte do poder público para enfrentar essa crise. O desafio é fornecer assistência imediata aos afetados e implementar políticas assertivas para lidar com os efeitos da estiagem, especialmente diante da previsão de agravamento nos próximos meses.

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