Prefeito de São Paulo faz contas para decidir se tarifa de ônibus será mantida em R$ 4,40

O prefeito Ricardo Nunes, do MDB, declarou que terá que fazer cálculos para determinar se a tarifa de ônibus em São Paulo continuará em R$ 4,40. Desde janeiro de 2020, o preço da passagem no transporte coletivo na cidade, incluindo metrô e trens, está congelado, com o aumento acontecendo geralmente no primeiro mês do ano.

Nunes foi questionado se conseguiria segurar o preço da tarifa em um ano eleitoral, já que ele tentará a reeleição em 2024. O prefeito respondeu que gostaria de manter o congelamento, mas que isso vai depender de cálculos e negociações com o governo estadual, devido à integração entre os três modais de transporte. Atualmente, o valor da passagem de ônibus, metrô e trem é o mesmo na cidade.

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Ao mencionar a necessidade de fazer contas, Nunes afirmou que o subsídio pago pela prefeitura às empresas de ônibus pode chegar a R$ 5,8 bilhões neste ano para manter o valor da tarifa, enquanto no ano passado esse valor foi de cerca de R$ 5,1 bilhões.

De acordo com a SPTrans, que gerencia o transporte urbano municipal, nos primeiros oito meses de 2023 foram gastos R$ 3,765 bilhões em subsídios para as concessionárias de transporte coletivo. Segundo a estatal, caso não houvesse subsídios, a passagem comum de ônibus custaria R$ 10,45 na cidade.

Durante o evento que autorizou a ampliação das faixas azuis para motos, o prefeito também falou sobre a redução no número de passageiros no sistema de ônibus. Ele mencionou que antes da pandemia de Covid-19, o sistema realizava 9 milhões de embarques por mês, mas atualmente esse número caiu para aproximadamente 7 milhões. Além da pandemia, Nunes citou mudanças de comportamento das pessoas e migração para o carro individual como motivos para a queda no uso de ônibus.

Especialistas apontam que a redução no número de coletivos nas ruas também afugentou passageiros, já que a frota de ônibus em agosto de 2019 era de 13,2 mil veículos, enquanto atualmente é de aproximadamente 12 mil ônibus. A SPTrans afirmou que a frota sempre foi mantida acima da demanda de passageiros transportados, mesmo durante a pandemia.

Outro motivo apontado pelos especialistas é a queda na qualidade do transporte público. Em abril, a Folha mostrou que uma a cada três reclamações de usuários era relacionada ao intervalo excessivo entre uma condução e outra.

A Prefeitura de São Paulo negociou empréstimos de US$ 500 milhões junto ao BID e Banco Mundial para subsidiar a compra de 2.400 ônibus elétricos até o final do ano que vem. Segundo Nunes, a cidade provavelmente conseguirá colocar em circulação cerca de 1.400 veículos elétricos até o final de seu mandato, sendo 600 deles ainda este ano.

A administração da cidade é obrigada por lei a reduzir em 50% a emissão de gás carbônico do transporte coletivo e dos veículos da coleta de lixo até 2028, e a eliminá-la totalmente até 2038. O programa de metas do prefeito Nunes inclui a intenção de ter 20% da frota de ônibus como veículos limpos até o próximo ano.

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