Investidores desinteressados: Zoológico de Belo Horizonte precisa de investimento de R$ 233 milhões e não atrai propostas.

O zoológico de Belo Horizonte enfrenta dificuldades e precisa de um investimento de R$ 233 milhões para melhorias em suas instalações. No entanto, um edital de concessão lançado pela prefeitura não atraiu interessados, deixando o futuro do local incerto.

Segundo o edital, os recursos seriam utilizados para a construção de um estacionamento, adequação dos ambientes dos animais, organização por núcleo temático, reforma de estufas e implantação de banheiros e restaurantes. O documento foi publicado em agosto e a abertura dos envelopes estava prevista para o último dia 14, porém, nenhuma proposta foi apresentada, levando a prefeitura a considerar a concorrência deserta.

Diante disso, a prefeitura anunciou que vai reformular o edital, buscando tornar o negócio mais atrativo para o setor público e privado. O objetivo é encontrar uma solução que atenda aos interesses de ambos os setores e garanta os investimentos necessários para a melhoria do zoológico.

Uma equipe de reportagem visitou o local e constatou algumas dificuldades enfrentadas pelo zoológico. Veículos de visitantes e ônibus de excursões são estacionados nas vias de acesso aos ambientes dos animais devido à falta de um estacionamento adequado. Além disso, a lanchonete do zoológico foi desativada há anos e atualmente os visitantes são atendidos por food trucks. O número reduzido de opções de alimentação foi uma reclamação de alguns visitantes.

Além disso, foi constatado problemas nas atrações do zoológico. A cascata do jardim japonês não está funcionando devido a um problema técnico e um pequeno lago artificial no Jardim Botânico está seco. Há também estruturas metálicas enferrujadas e pichadas, demonstrando a necessidade de manutenção e reforma.

Outro aspecto preocupante é a situação de alguns animais. Uma área destinada a micos está desativada, assim como a área onde um casal de elefantes costumava ficar. Além disso, um rinoceronte branco fêmea, de 53 anos, vive sozinho. Luna, como é chamada, está passando por problemas de saúde devido à idade. Apesar das equipes dedicadas que cuidam dela, é evidente a necessidade de um ambiente mais adequado e a companhia de outros animais.

Diante desse cenário, visitantes expressaram suas preocupações. O garçom Flávio Aniceteo acredita que o zoológico deveria dar mais prioridade aos animais, enquanto o estudante Thiago Cardoso reclamou da sinalização das atrações. Os visitantes também questionaram a gestão do prefeito Fuad Noman sobre a situação dos animais e se as obras necessárias serão realizadas pelo município ou pela próxima administração, caso haja interessados na próxima licitação.

A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) respondeu, afirmando que os animais do zoológico não devem ser vistos como meros produtos de exposição, mas como vidas silvestres. A chegada de novos animais depende de permutas ou transferências de outros zoológicos através de planos de conservação de espécies.

A prefeitura informou que obras de requalificação e melhoria estão em andamento, como a reforma da Praça das Aves e da Praça Nacional, onde ficam parte dos animais da fauna brasileira.

O zoológico de Belo Horizonte ocupa uma área de 1,4 milhão de metros quadrados e abriga cerca de 3.500 animais. O valor total esperado de receitas durante o período de concessão é de R$ 2,6 bilhões.

Apesar das dificuldades, os banheiros do zoológico estavam limpos e bem equipados durante a visita da reportagem. A prefeitura reitera seu compromisso em buscar soluções para melhorar o zoológico e garantir o bem-estar dos animais.

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