Desmatamento na macrometrópole paulista atinge 370 hectares e preocupa segurança hídrica da população

A macrometrópole paulista teve 273 alertas de desmatamento, resultando na perda de 370,73 hectares de vegetação, o equivalente a dois parques Ibirapuera, nos últimos 12 meses. Essa devastação ocorreu principalmente nos sistemas de mananciais que cercam e abastecem a cidade de São Paulo com água. Os dados fazem parte do projeto de monitoramento e geração de alertas de desmatamento nos mananciais da cidade, realizado pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.

A iniciativa, financiada por uma emenda parlamentar da deputada Marina Helou, tem como objetivo disponibilizar informações sobre desmatamento para a população e agilizar a fiscalização das autoridades ambientais. Os dados serão apresentados na Assembleia Legislativa de São Paulo.

A macrometrópole engloba diversos municípios, incluindo a capital paulista, e possui grande relevância econômica e populacional. Dos hectares desmatados, mais de 68 estão nos sistemas de mananciais PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí). Em seguida, estão os sistemas Alto Cotia, Itupararanga, Cantareira, Guarapiranga-Billings, Paraíba do Sul e Alto Tietê.

É importante ressaltar que nem todos os desmatamentos são ilegais, podendo haver autorização para a supressão da vegetação. No entanto, o Brasil busca alcançar o desmatamento zero, tanto legal quanto ilegal, principalmente em áreas que afetam a segurança hídrica da população.

A bacia PCJ foi destacada como um ponto de atenção, com 58 alertas registrados. Em comparação com outras bacias, a PCJ apresenta um maior número de desmatamentos relacionados à expansão agrícola. Nas demais bacias, é mais comum observar desmatamentos ligados à expansão urbana.

O monitoramento é feito por meio de inteligência artificial, que identifica os alertas de desmatamento, e pela verificação visual do Instituto Democracia e Sustentabilidade e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. São utilizadas imagens de satélite da empresa Planet, e é realizada uma sobreposição das imagens com o Inventário Florestal do Estado de São Paulo para confirmar o desmatamento. Os alertas também são checados para verificar se houve autorização para a retirada da vegetação.

Além disso, é importante considerar que a detecção de desmatamentos em sistemas de abastecimento pode ser mais complexa devido às áreas úmidas ao redor dos corpos d’água. Os processos naturais de alagamento e seca podem gerar alertas falsos, por isso é necessário realizar uma avaliação cuidadosa.

Diante da importância das florestas na região de mananciais, especialmente em relação à segurança hídrica, é fundamental estar atento à preservação dessas áreas e buscar a recuperação das áreas degradadas. O monitoramento contínuo e eficiente do desmatamento é essencial para garantir a conservação do meio ambiente e o abastecimento de água para a população.

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