Reforma tributária deve considerar combate à ilegalidade, ampliação da base de contribuintes e segurança jurídica, afirmam especialistas.

A reforma tributária tem sido amplamente discutida como uma medida necessária para o país. Especialistas e representantes de diferentes setores participaram de uma audiência pública interativa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que visa simplificar o sistema tributário brasileiro. Durante o evento, foram discutidos diversos aspectos que devem ser considerados na reforma, como o combate à ilegalidade, a ampliação da base de contribuintes, a segurança jurídica, a estabilidade da carga tributária e a integração das atividades físicas e digitais.

O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) destacou que a reforma tributária não deve ser apenas uma forma de arrecadar recursos para o Estado, mas sim uma maneira de apoiar aqueles que geram empregos e buscam o desenvolvimento econômico, levando em conta também a função social daqueles que estão sobrecarregados com a alta carga tributária.

Já o senador Efraim Filho (União-PB) ressaltou a importância de melhorar o modelo tributário, tornando-o mais simples e menos burocrático, valorizando assim quem produz e evitando um aumento da carga tributária.

Durante a audiência, também foram apresentadas algumas propostas e demandas específicas de diferentes setores. O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, defendeu que a soma das alíquotas dos tributos não ultrapasse 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, ele destacou a importância da substituição tributária no combate à sonegação de impostos e da adoção de mecanismos digitais de arrecadação.

A gerente jurídica da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Camila Batista Rodrigues Costa, ressaltou os avanços do setor ferroviário e defendeu a não incidência de IPVA sobre locomotivas, a desoneração de investimentos em infraestrutura e a preservação do equilíbrio dos contratos de concessão.

O secretário de Tributação do Ceará e representante do Consórcio Nordeste, Fabrizio Gomes, ressaltou a perda na arrecadação dos estados brasileiros desde o fim da pandemia de covid-19 e destacou a importância da reforma tributária para o desenvolvimento regional. Ele também destacou a cobrança do tributo no destino como uma forma de recompor o equilíbrio e reduzir desigualdades regionais.

Por sua vez, o advogado Carlos Augusto Daniel Neto, representante da Ibraflor e especialista em direito tributário e aduaneiro, ressaltou a importância de a reforma tributária estar alinhada com os princípios constitucionais, levando em conta aspectos como a livre iniciativa, a valorização do trabalho humano, a defesa do meio ambiente e a redução das desigualdades regionais.

Ao longo da audiência, diversos pontos foram discutidos, desde a geração de créditos tributários até a preocupação com a classe média e o impacto da reforma sobre o consumidor. Os participantes concordaram que é necessário um amplo debate e a busca por um consenso para que a reforma tributária atenda às necessidades do país e promova um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico.

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