Justiça Federal determina nova perícia em armas usadas por policiais na ação que resultou na morte de criança no Rio.

A Justiça Federal determinou que uma nova perícia seja realizada em todas as armas utilizadas pelos policiais rodoviários federais envolvidos no caso em que a menina Heloisa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, foi baleada no Rio de Janeiro. A perícia será feita pela Polícia Federal e incluirá também a análise do fragmento de bala que atingiu a criança e do carro em que a família estava no momento do ocorrido. Essa solicitação foi feita pelo Ministério Público Federal, através do procurador da República Eduardo Benones, que argumentou que a competência para julgar o caso é da Justiça Federal.

A realização dessa nova perícia tem como objetivo evitar futuras alegações de nulidade dos exames já realizados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Heloisa foi atingida pelos disparos quando estava com a sua família, a caminho de casa, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Testemunhas relataram que uma viatura da Polícia Rodoviária Federal começou a seguir o carro da família em Seropédica e que os policiais abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de que iria parar.

Os três policiais envolvidos na morte da menina foram afastados de suas funções e a Justiça Federal determinou que eles devem ser submetidos a monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar. De acordo com a decisão judicial, o recolhimento deve ocorrer no período noturno e nos dias de folga, e os agentes estão proibidos de se aproximar do veículo Peugeot 207 atingido no episódio e de manter contato com as vítimas envolvidas na ação policial.

A responsável pela área temática dos direitos humanos da Polícia Rodoviária Federal, Liamara Cararo Pires, afirmou em entrevista à Folha que a morte de Heloisa vai contra as diretrizes da corporação e que “no mínimo, a gente pode dizer que os resultados não foram aqueles que são esperados nem desejados”. A necessidade de uma nova perícia surge como uma medida para esclarecer os fatos e contribuir para que sejam apuradas as responsabilidades no trágico incidente que resultou na morte da criança de apenas 3 anos.

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