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Aumento de roubos e furtos na Vila Leopoldina leva associação de moradores a contratar empresa particular de segurança

No próximo mês, quatro veículos de uma empresa particular de segurança irão começar a patrulhar as ruas da Vila Leopoldina, bairro localizado na zona oeste de São Paulo. A contratação desses veículos foi feita pela associação de moradores do bairro devido ao aumento de roubos e furtos na região.

De acordo com o presidente da associação Viva Leopoldina, Umberto de Campos Sarti, essa ação é um reforço no monitoramento, não podendo ser considerada como um serviço de segurança propriamente dito. Esses veículos irão avisar imediatamente o serviço de emergência da Polícia Militar, o 190, caso identifiquem qualquer ocorrência ou movimentação suspeita.

Embora o uso de serviços de vigilância privada em vias públicas já seja adotado em algumas regiões da cidade, geralmente eles são restritos a uma única rua ou quarteirão. No entanto, no caso da Vila Leopoldina, a ronda abrangerá um perímetro maior, incluindo todas as quadras dos condomínios ligados à associação.

A região tem enfrentado um aumento nos crimes patrimoniais nos primeiros oito meses deste ano. De acordo com dados do 91º DP, localizado próximo ao Ceagesp, houve um aumento de 31% nos furtos e de 19% nos roubos, comparando com o mesmo período do ano passado. Situação semelhante ocorreu no bairro vizinho da Lapa, responsabilidade do 7º DP, que registrou aumento de 27% nos roubos e 12% nos furtos nos primeiros oito meses deste ano.

No entanto, é importante destacar que houve uma redução nos roubos e furtos de veículos em ambos os bairros. Na Vila Leopoldina, os roubos de carros e motos diminuíram em 32% em relação ao ano passado, enquanto na Lapa houve uma queda de 26% nos roubos e 13% nos furtos de veículos.

Segundo relatos do presidente da associação, a maioria dos roubos na Vila Leopoldina envolve abordagens a pedestres e também ocorrem assaltos em estabelecimentos comerciais. A associação ressalta a falta de iluminação nas principais vias do bairro como um facilitador para os criminosos.

As rondas contratadas pela associação serão feitas por vigilantes desarmados, que serão os “olhos” da comunidade durante o período noturno. A medida visa beneficiar tanto o comércio quanto os moradores, mesmo aqueles que não estão associados à Viva Leopoldina.

No entanto, é importante ressaltar que o trabalho desses vigilantes não substituirá a função da polícia no bairro. Pela lei, as empresas e profissionais de vigilância têm permissão apenas para realizar a segurança patrimonial, ou seja, proteger os imóveis e bens dos moradores e empresas contra roubos.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o policiamento na região será reorientado. Além do patrulhamento feito pela Polícia Militar, a Polícia Civil também possui uma Central de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas que atua na região.

É importante destacar que a contratação de serviços de vigilância privada em vias públicas não é comum, devido aos altos custos envolvidos. Porém, em bairros mais ricos, como os Jardins e o Morumbi, ambos na zona oeste de São Paulo, essa prática é mais frequente.

O presidente do sindicato dos vigilantes do estado de São Paulo, Antônio Pereira de Oliveira, alerta para possíveis irregularidades na oferta desse serviço, como a contratação de pessoas sem treinamento adequado e a contratação de policiais em horário de folga, o que é considerado irregular.

Diante desse cenário, a prefeitura de São Paulo, por meio da SP Regula, responsável pela rede de iluminação pública da capital, afirmou que irá realizar rondas noturnas para verificar a situação da iluminação e avaliar se são necessários reparos ou trocas de equipamentos. A equipe também irá verificar se existem fiações clandestinas ou necessidade de poda de árvores que estejam afetando a luminosidade do bairro durante a noite.

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