Raisa afirmou que a família acionou um contato na segunda-feira à noite e contou com a ajuda de uma investigadora para encontrar o corpo do repositor de supermercado. Ela também relatou que ninguém entrou em contato com a madrasta de Garcia, que é mãe de um deficiente auditivo. Segundo Raisa, seu irmão, que também era surdo, tinha todos os contatos na carteira, mas até o momento ninguém se comunicou com a família.
Fotos obtidas pela Folha de São Paulo revelaram que o torcedor pode ter sido atingido por uma “bean bag” na cabeça. Esse tipo de munição é utilizado pela Polícia Militar em substituição às balas de borracha. As imagens feitas no hospital mostram um objeto semelhante a essa munição na cabeça de Garcia.
A “bean bag” é um saco que contém diversas esferas de metal. A comerciante Raisa Rochele expressou sua indignação com o ocorrido, destacando que seu irmão era deficiente e não conseguiu escutar os barulhos. Ela também ressaltou que Garcia deixou um filho de oito anos e era responsável por cuidar do menino, já que a mãe o abandonou quando ele ainda era bebê.
Depois de ser encaminhado para um hospital na periferia da zona sul, o corpo de Garcia foi levado para o IML Central, em Pinheiros, na zona oeste, e seu enterro ocorreu na tarde de terça-feira (26) na cidade de Itapevi, onde residia.
A Secretaria de Segurança Pública, durante a gestão de Tarcísio de Freitas, não se pronunciou sobre a demora da família em localizar o corpo. A pasta declarou que a Polícia Militar utilizou apenas equipamentos e munições de menor potencial ofensivo durante as ações de controle de multidão no domingo.
A perícia está analisando os vestígios encontrados na ferida que causou a morte do torcedor. Vale ressaltar que os policiais que atuaram na dispersão dos torcedores não utilizavam câmeras corporais.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo afirmou que todas as informações estão concentradas na Secretaria de Segurança Pública.