A família enfrenta dificuldades para localizar o corpo de torcedor são-paulino morto em comemoração do título da Copa do Brasil

No último domingo (24), Rafael dos Santos Tercilio Garcia, torcedor do São Paulo Futebol Clube, foi morto nas proximidades do estádio do Morumbi, na zona oeste de São Paulo, enquanto comemorava a conquista do título da Copa do Brasil. Segundo relatos da irmã da vítima, Raisa Rochele, de 33 anos, o corpo de Garcia demorou quase um dia para ser localizado.

Raisa afirmou que a família acionou um contato na segunda-feira à noite e contou com a ajuda de uma investigadora para encontrar o corpo do repositor de supermercado. Ela também relatou que ninguém entrou em contato com a madrasta de Garcia, que é mãe de um deficiente auditivo. Segundo Raisa, seu irmão, que também era surdo, tinha todos os contatos na carteira, mas até o momento ninguém se comunicou com a família.

Fotos obtidas pela Folha de São Paulo revelaram que o torcedor pode ter sido atingido por uma “bean bag” na cabeça. Esse tipo de munição é utilizado pela Polícia Militar em substituição às balas de borracha. As imagens feitas no hospital mostram um objeto semelhante a essa munição na cabeça de Garcia.

A “bean bag” é um saco que contém diversas esferas de metal. A comerciante Raisa Rochele expressou sua indignação com o ocorrido, destacando que seu irmão era deficiente e não conseguiu escutar os barulhos. Ela também ressaltou que Garcia deixou um filho de oito anos e era responsável por cuidar do menino, já que a mãe o abandonou quando ele ainda era bebê.

Depois de ser encaminhado para um hospital na periferia da zona sul, o corpo de Garcia foi levado para o IML Central, em Pinheiros, na zona oeste, e seu enterro ocorreu na tarde de terça-feira (26) na cidade de Itapevi, onde residia.

A Secretaria de Segurança Pública, durante a gestão de Tarcísio de Freitas, não se pronunciou sobre a demora da família em localizar o corpo. A pasta declarou que a Polícia Militar utilizou apenas equipamentos e munições de menor potencial ofensivo durante as ações de controle de multidão no domingo.

A perícia está analisando os vestígios encontrados na ferida que causou a morte do torcedor. Vale ressaltar que os policiais que atuaram na dispersão dos torcedores não utilizavam câmeras corporais.

Procurada, a Prefeitura de São Paulo afirmou que todas as informações estão concentradas na Secretaria de Segurança Pública.

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