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15 municípios do Amazonas em situação de emergência devido à estiagem, afetando mais de 111 mil pessoas

A situação de emergência causada pela severa estiagem no Amazonas continua se agravando, chegando agora a 15 o total de municípios afetados. De acordo com levantamento realizado pela Defesa Civil do estado, essas cidades estão localizadas nas calhas dos rios Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões, que são as áreas mais atingidas pela baixa das águas. Além disso, outros 40 municípios estão em estado de alerta e cinco estão em atenção. O impacto dessa situação já afeta cerca de 111 mil pessoas.

A estimativa da Defesa Civil é que o drama seja ainda maior no mês de outubro, quando a seca deve se intensificar. Até dezembro, estima-se que quinhentas mil pessoas sejam afetadas no Amazonas pelos efeitos da estiagem. Segundo a Defesa Civil, a previsão é que a estiagem deste ano seja mais prolongada e intensa em comparação aos anos anteriores, podendo ultrapassar o número de 50 municípios atingidos.

Diversos fatores contribuem para o agravamento da estiagem na região. Além da influência do fenômeno climático El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuvas, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte também contribui para a redução do volume de chuvas na Amazônia. O Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) alerta que o clima mais quente dificulta a formação de nuvens de chuva na região.

Para dar suporte às famílias afetadas, o governo do Amazonas adotou medidas como apoio na saúde e abastecimento de água, distribuição de cestas básicas, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais. Nessa terça-feira (26), o governo federal também anunciou a criação de uma força-tarefa em parceria com o governo estadual para enfrentar os impactos da estiagem no Amazonas.

Entre as ações a serem realizadas, estão o envio de ajuda humanitária como cestas básicas e água, combate ao desmatamento e aos incêndios, apoio logístico para as cidades mais afetadas, acesso a programas sociais federais e liberação de emendas parlamentares.

O Boletim divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostra que já são observadas chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A previsão climática para os próximos meses indica maior probabilidade de chuvas abaixo do normal no Norte do país.

Diante desse cenário, a diminuição do volume dos rios tem dificultado a navegação na região. O governo federal anunciou a liberação de R$ 140 milhões para dragagem nos rios Madeira e Solimões, importantes vias de escoamento de cargas e produtos da região. O primeiro trecho de dragagem será no Rio Solimões, entre os municípios de Tabatinga e Benjamin Constant.

A intenção é combater o risco de desabastecimento da população local e reduzir os impactos econômicos da seca registrada nos estados do Amazonas e Rondônia, informou o Ministério dos Transportes. A situação requer ações urgentes e coordenação dos governos estadual e federal para enfrentar os desafios trazidos pela estiagem na região.

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