Vila Sahy, em São Sebastião, terá metade de suas casas demolidas até novembro em processo de reurbanização

No último Carnaval, a Vila Sahy, localizada no litoral norte de São Paulo, foi cenário de uma tragédia que resultou na morte de 64 pessoas devido a desmoronamentos de encostas. Como resultado, quase metade das casas da região serão demolidas até o dia 30 de novembro. Essa medida tem gerado protestos por parte dos proprietários de imóveis, que exigem indenizações.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo, que é administrada pelo governo de Tarcísio de Freitas, foram condenados 393 imóveis na faixa de terra da Vila Sahy, onde aproximadamente mil residências estão localizadas entre a rodovia Rio-Santos e a serra do Mar. As demolições tiveram início em 14 de fevereiro, mesma data em que começou a remoção dos escombros no local. Até agora, pelo menos 20 habitações já foram derrubadas pela prefeitura.

Essas demolições fazem parte de um plano de reurbanização da Vila Sahy, que também inclui melhorias nas residências que permanecerem no local, como abastecimento de água, coleta de esgoto, iluminação pública e obras de drenagem para evitar enchentes. Além disso, há planos para a construção de obras de contenção da encosta.

Segundo Marcelo Cardinale Branco, secretário de habitação do governo Tarcísio, todas as famílias que residem na Vila Sahy têm o direito de optar pela aquisição de apartamentos subsidiados pela CDHU em Baleia Verde e Maresias, localizadas respectivamente a 1,5 km e 20 km da Vila Sahy. Esses apartamentos estão sendo construídos ao custo de R$ 210 milhões e as entregas devem ocorrer entre outubro e dezembro deste ano. No entanto, cada família terá direito a apenas um apartamento ou casa da CDHU.

Porém, os proprietários que não residiam no local e aqueles que possuíam mais de uma casa, muitos dos quais alugavam por meio de aplicativos como o Airbnb, não serão compensados pelas unidades que não habitavam. Essa situação tem levado parte dos moradores a resistirem em deixar suas propriedades, exigindo indenização pelo patrimônio perdido.

Apesar disso, o governo estadual de São Paulo não possui uma política de indenização para pessoas que ocupam áreas irregulares. Segundo Branco, o objetivo é manter o maior número possível de moradores na vila, mas se houver risco à vida dos ocupantes, o número de demolições pode aumentar.

É importante destacar que na região litorânea de São Paulo há uma necessidade de construção de pelo menos 12 mil moradias, metade delas no litoral norte, para as famílias que vivem em áreas de risco, como encostas, morros e regiões alagáveis. No entanto, a escassez de terrenos e questões técnicas, como o solo arenoso, encarecem esse tipo de construção, afastando empresas especializadas nesse segmento da região. A Secretaria Estadual de Habitação abriu uma concorrência em julho para contratar empresas que possam atender a essa demanda.

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