Professora paulistana apaixonada por futebol e tricô falece aos 87 anos, deixando legado de amor e resistência

Herondina de Medeiros Scaff, nascida em 1936, era uma paulistana que vivenciou as dificuldades impostas durante a Segunda Guerra Mundial, período marcado pelo racionamento. Essa história, que sempre contava aos seus filhos, ajudou a moldar sua personalidade desde a infância.

Desde muito nova, Herondina se tornou uma admiradora do esporte, principalmente do futebol e do seu time do coração, o São Paulo. Ela passava horas em frente à televisão assistindo a todas as modalidades esportivas que apareciam, desde partidas de futebol até jogos de par ou ímpar.

Após concluir seus estudos na época em que o ensino médio era conhecido como escola normal, Herondina se tornou professora de educação infantil. No entanto, após seu casamento com Rubens Pimentel Scaff em 1958, ela deixou a sala de aula para cuidar dos filhos.

Em 2002, Herondina enfrentou o primeiro baque com a morte do marido. Foi nesse momento que o seu hobby de fazer tricô se tornou um negócio viável, ajudando nas finanças da família. No início, ela tecia roupas para crianças sob encomenda, mas a demanda foi aumentando tanto que ela precisou contratar outras tricoteiras para dar conta do trabalho. Suas peças, que ela mesma desenhava, chegaram a ser exportadas para outros países e vendidas em lojas importantes de roupas de bebê.

No entanto, a pandemia de Covid-19 trouxe diversos desafios para a vida de Herondina. Além de interromper sua produção devido às restrições, ela sofreu outro golpe com a morte do filho Ricardo. Este foi um período muito difícil, pois ela ficou trancada em casa, sozinha, durante os primeiros dois anos após a perda. Sua fragilidade aumentou com a idade, principalmente após passar por dois tratamentos de câncer, o primeiro de mama há 25 anos, coincidindo com o nascimento da sua neta Rafaela.

Herondina lutou contra uma insuficiência cardíaca e respiratória, além de descobrir um câncer de pulmão neste ano. No entanto, devido ao seu estado debilitado, ela não pôde realizar a radioterapia. Ela faleceu no dia 17 de setembro, aos 87 anos, deixando seu filho Rubens, sua neta Rafaela e duas irmãs.

A história de Herondina é marcada pelo amor ao esporte, pela paixão pelo São Paulo e pela superação de desafios ao longo da vida. Sua determinação em enfrentar as dificuldades e seu talento para o tricô serão lembrados por todos aqueles que a conheceram.

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