Falta de políticas públicas efetivas no Brasil levanta questionamentos sobre a resolutividade da campanha de prevenção ao suicídio em setembro

Setembro é o mês escolhido para a conscientização e prevenção do suicídio, através de uma campanha iniciada pela Associação Brasileira de Psiquiatria em 2014. Durante todo o mês, prédios públicos e camisetas são decorados com luzes e broches amarelos em apoio à causa. No entanto, a eficácia dessa efeméride tem sido questionada.

Acredita-se que símbolos podem ter impacto, mas será que eles são suficientes para prevenir tentativas e mortes por suicídio? Além disso, o Brasil possui políticas públicas adequadas para lidar com esse problema? É responsabilidade do Estado diminuir o sofrimento das pessoas.

O sofrimento faz parte da existência humana e é uma questão cultural e individual. No entanto, políticas de saúde mental devem abordar tanto o aspecto coletivo quanto o individual, pois o sofrimento de uma pessoa próxima nos afeta indiretamente. Por exemplo, um membro da família afastado do trabalho devido à depressão pode impactar as finanças e a dinâmica familiar. Portanto, é necessário um pacto coletivo para lidar com o sofrimento.

O silêncio e a falta de diálogo sobre o suicídio não ajudam a preveni-lo. É importante discutir e investigar o assunto para embasar políticas públicas eficazes. No Brasil, o número de suicídios aumentou em 2022, especialmente entre policiais, idosos, indígenas e jovens negros. A pandemia de Covid-19 também contribuiu para o aumento de suicídios, principalmente nas regiões mais vulneráveis socioeconomicamente.

É fundamental implementar políticas públicas que abordem o suicídio como um problema social e de acesso à saúde mental. Além disso, é necessário fortalecer os valores de acolhimento e diálogo na sociedade. A criação de uma cultura de cuidado coletivo requer melhorias na qualidade de vida, integração entre os poderes e ministérios, e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ser a favor da vida significa lutar por uma saúde pública de qualidade, diminuição das desigualdades sociais e promoção da inclusão. É crucial debater e construir políticas públicas comprometidas com a prevenção do suicídio. Se você está passando por dificuldades, busque sua rede de apoio e procure atendimento profissional.

No mês dedicado à prevenção do suicídio, é essencial refletir sobre como podemos ajudar aqueles que estão em sofrimento. Juntos, podemos criar um ambiente mais acolhedor e cuidadoso, onde a vida seja valorizada e protegida.

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