O estudo foi realizado com 1.949 pessoas em todo o país nos dias 12 e 13 de setembro, tendo uma margem de erro de dois pontos percentuais.
O levantamento buscou investigar a opinião dos entrevistados em relação ao uso de drogas, tanto no presente quanto no passado, a legalização de pequenas quantidades de maconha e o uso terapêutico de derivados da planta. As mesmas questões também foram feitas em relação ao uso de substâncias psicodélicas.
Os dados revelam que os homens e os mais jovens são os maiores usuários de maconha. Entre os homens, 30% responderam já ter usado a droga, enquanto entre as mulheres essa proporção foi de apenas 14%.
A faixa etária entre 18 e 34 anos é a que apresenta maior porcentagem de uso da maconha, com 30% dos entrevistados de até 24 anos e 33% dos entrevistados de 25 a 34 anos admitindo já ter fumado. A partir dessa faixa etária, a proporção diminui com o avanço da idade, sendo que apenas 9% dos entrevistados com 60 anos ou mais afirmam ter utilizado a substância.
Em relação à localização geográfica, os moradores das regiões Sul e Sudeste apresentam maior índice de consumo de maconha. Nos estados do Sul, o percentual foi de 26%, enquanto no Sudeste foi de 25%. No Nordeste, a porcentagem ficou em 16%, enquanto nas regiões Centro-Oeste e Norte chegou a 19%.
Outro dado interessante é que nas regiões metropolitanas, a proporção de pessoas que já fumaram maconha é maior do que no interior, com 27% e 18% dos entrevistados respectivamente.
Em relação à opinião sobre a descriminalização, é maior entre aqueles que já usaram a maconha alguma vez. No entanto, há também uma parcela significativa da população que nunca fumou e apoia a legalização.
Dentre os que são a favor da legalização, metade afirmou nunca ter fumado, enquanto entre os que são contra a liberação, a maioria, ou seja, 87%, também diz nunca ter utilizado a droga. Aqueles que são indiferentes apresentam uma maioria de 67% que nunca fumaram.
Apesar de apenas 2% da população afirmar fazer ou já ter feito tratamento com algum remédio à base de maconha, a maioria daqueles que nunca utilizaram esses medicamentos, ou seja, 59%, diz que aceitaria fazer o tratamento se fosse recomendado por um médico em quem confiasse.
Por fim, 14% dos entrevistados dizem que talvez aceitariam a recomendação, enquanto 22% afirmam que não fariam o tratamento mesmo se aconselhado por um profissional de confiança.