Repórter São Paulo – SP – Brasil

Piscina comunitária em São Paulo reúne moradores do nordeste em meio à onda de calor recorde na cidade

No bairro de Jardim Imperador, na zona leste de São Paulo, uma piscina de plástico montada na rua Estado de Sergipe é a principal atração para os moradores nos dias de calor intenso. A piscina, com capacidade para 20 mil litros de água, foi adquirida em um rateio entre os vizinhos há cerca de dois anos. Cada um dos moradores contribuiu com R$50 e, em dias de calor muito forte, contratam um caminhão pipa para encher o reservatório, dividindo os custos entre eles.

No entanto, na noite de sexta-feira, quando a cidade registrou a temperatura mais alta do ano, a piscina acabou ficando vazia devido a um rasgo no fundo, causando a perda do valor gasto com o caminhão pipa. O comerciante Alan Monteiro, dono do bar em frente à piscina, teve que improvisar enchendo-a com água da sua própria caixa d’água e do poço artesiano da casa ao lado.

Segundo Monteiro, a onda de calor recorde em São Paulo tem trazido um clima semelhante ao do sertão cearense. Para ele, em dias de tanto calor, é fundamental ter uma piscina, pois “ninguém aguenta tanto calor”. A capital paulista tem registrado temperaturas históricas neste ano, e a previsão é de que seja registrado o dia mais quente da história neste domingo, com a temperatura máxima chegando a 38ºC.

A rua Estado de Sergipe é habitada em sua maioria por migrantes nordestinos que vieram em busca de trabalho em São Paulo. As crianças são as maiores frequentadoras da piscina comunitária, enquanto os pais observam as brincadeiras de longe. Um morador relatou que quando se mudou para o bairro, nadava e pescava no rio nas proximidades, mas com o tempo, as construtoras ergueram prédios e a piscina de plástico se tornou a única opção de lazer para as crianças.

A piscina de plástico se tornou um ponto de encontro no bairro, especialmente nos dias de calor intenso. Taline Alves, moradora do bairro, se surpreendeu ao ver a rua fechada durante um feriado de fim de ano devido à aglomeração formada em volta da piscina. Ela afirma que não há muitas opções gratuitas para levar as crianças no calor na região.

À medida que o sol fica ainda mais quente ao meio-dia, mais crianças se juntam à algazarra molhada dentro da piscina. Os sobrinhos de Kemylle Mara, por exemplo, apesar da doença da mãe, foram levados à piscina para se refrescar. No entanto, um grupo de pré-adolescentes passou pelo local e não se animou a entrar na água, alegando que só havia crianças pequenas ali.

Com a previsão de um dia ainda mais quente neste domingo, a piscina de plástico na rua Estado de Sergipe continuará sendo um ponto de encontro para os moradores em busca de alívio para o calor.

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