Os estudantes reclamam da falta de professores e do cancelamento de disciplinas, o que levou a uma ocupação das salas de aula na última segunda-feira (18). No entanto, os prédios foram trancados às 19h e a polícia foi acionada para controlar a situação.
Martins tomou a decisão de fechar os prédios da unidade, com medo de que houvesse destruição do patrimônio público. Apesar de reconhecer que pode ter exagerado em algum momento, ele afirma que é seu dever zelar pelo patrimônio e, por isso, não considera fazer qualquer tipo de retratação pelo episódio.
O diretor, que é oriundo do movimento estudantil e filiado ao PT, critica a metodologia contemporânea dos estudantes que, segundo ele, usam as mesmas armas da direita bolsonarista, ofendendo e naturalizando o uso da força.
A invasão da FFLCH causou revolta em parte dos estudantes, que foram até a diretoria da unidade para protestar. Martins afirma ter sido recebido com xingamentos e diz ter sido normal a sua reação de defesa em uma situação de confronto.
Após o início da greve, a USP passou a divulgar diariamente informações sobre a contratação de novos professores. Segundo a direção da universidade, foram abertas 879 vagas desde 2022, sendo que 70 delas foram destinadas à FFLCH, que já realizou dez concursos.
Martins destaca que há uma disputa interna na unidade pelos cargos de professores, sendo que cada departamento apresenta sua demanda e os cargos são destinados aos mais necessitados. Ele prometeu fazer o possível para realizar os 60 concursos restantes até o fim de seu mandato.
O diretor considera a greve atual sem sentido diante da conjuntura e a enxerga como um problema geracional, uma vontade de “ser USP” e gritar. No entanto, ele ressalta que é importante que os estudantes não desrespeitem os professores.
Martins afirma estar passando por dias de tristeza profunda e se sente envergonhado, mas ressalta que é seu dever proteger a unidade e seus alunos. Ele destaca que a cultura do cancelamento, presente no movimento estudantil, é prejudicial e mata.