Policiais cegos e com deficiência visual atendem a população com excelência e humanidade no serviço 197 da Polícia Civil de São Paulo

No Palácio da Polícia, localizado no centro de São Paulo, encontra-se o Centro de Comunicações da Polícia Civil (Cepol). É nesse local que Geraldo, Humberto, Terezinha e Francisco desempenham seu trabalho diário de atendimento à população pelo número 197, no Polícia Civil Informações (PCI).

Os policiais do PCI são responsáveis por oferecer um atendimento humanizado e orientações gerais às pessoas que necessitam de ajuda. Além disso, eles também têm a sensibilidade de ouvir e acalmar aqueles que ligam desesperados em busca de algum tipo de orientação. “Conversamos com muitas pessoas em situações de vulnerabilidade e, muitas vezes, além da orientação, elas precisam ser ouvidas”, destaca Humberto, que já dedicou grande parte de sua vida à polícia.

Geraldo, outro policial que atua no PCI, ressalta que o intuito do serviço é auxiliar aqueles que necessitam de apoio na área policial. Além de informar sobre a delegacia mais próxima, eles também se dedicam a um trabalho social, oferecendo suporte emocional àqueles que ligam desesperados.

Ambos os policiais ingressaram na polícia entre as décadas de 80 e 90, realizando uma prova em braille. Na época, eles desempenhavam suas funções utilizando tecnologias que hoje podem parecer ultrapassadas, como o uso de uma reglete para anotar em braille informações passadas pelos colegas policiais através do rádio.

A evolução da tecnologia trouxe mudanças no trabalho dos policiais do PCI, que agora possuem conhecimentos vastos na área das telecomunicações. Segundo o delegado titular do Cepol, eles são fundamentais para manter a comunicação em caso de alguma crise, sendo capazes de utilizar até mesmo o código morse.

Atualmente, o trabalho realizado pelos policiais no PCI é reconhecido e valorizado. O setor passou por reformas recentes, incluindo adaptações de acessibilidade, como portas com indicações em braille e faixas guias.

Para Humberto e Geraldo, o reconhecimento e o apoio que recebem são prova da humanidade e do acolhimento presentes na instituição. Eles desempenham seu trabalho com igualdade e plenitude, garantindo um atendimento de excelência às pessoas que necessitam de auxílio.

Francisco, que já estava no PCI quando os outros policiais chegaram, foi responsável por ensiná-los o serviço. Ele destaca a facilidade com que eles se adaptaram ao trabalho, oferecendo um atendimento excelente às pessoas que estão fragilizadas.

O PCI adotou a metodologia desenvolvida na especialização de Comunicação Pública Governamental, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Com as adaptações de acessibilidade e o reconhecimento de seu trabalho, os policiais do PCI garantem um atendimento de qualidade à população que necessita de auxílio.

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