Dias de semana têm os maiores números de embarques no transporte público em São Paulo, revelam dados do Metrô e CPTM

Os dias úteis da semana, de terça a quinta-feira, apresentam os maiores números de embarques no transporte público na cidade de São Paulo, de acordo com dados do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da SPTrans, estatal da prefeitura que gerencia os ônibus municipais. Comparando com os números de 2019, antes da pandemia de Covid-19, houve mudanças nos dias da semana com maior fluxo de passageiros e nos horários de pico.

No caso do Metrô, o estudo Origem e Destino, que é a maior pesquisa de mobilidade urbana do país, está sendo antecipado para entender o impacto da pandemia no transporte coletivo. Essa pesquisa era realizada a cada dez anos desde 1967, mas, pela primeira vez, terá um intervalo de seis anos entre as edições. Essa alteração no Metrô também trouxe mudanças no dia da semana com maior quantidade de embarques, que voltou a ser terça-feira, depois de ter mudado para sexta-feira em 2020 e 2021. Além disso, o horário de pico do início da noite foi antecipado para o fim da tarde, das 17h às 18h.

Já a CPTM, atualmente, concentra seus maiores embarques às quintas-feira, enquanto em 2019 essa concentração ocorria às sextas. No caso dos ônibus municipais de São Paulo, o fluxo maior se mantém nas quartas e quintas desde o ano anterior à pandemia.

Essas mudanças de comportamento também são observadas no trânsito em geral, pois a quinta-feira se consolidou como o pior dia da semana para os motoristas, substituindo a sexta-feira, e os horários de rush estão mais amenos. Os especialistas atribuem essa mudança à opção pelo trabalho remoto nos extremos dos dias úteis da semana, o que diminui o número de pessoas no transporte público e no trânsito como um todo às segundas e sextas-feiras.

Apesar do transporte público ter recuperado parte dos passageiros perdidos durante a pandemia, ainda está longe dos números anteriores. No Metrô, a média de passageiros transportados às terças-feiras caiu 24,3% em relação a 2019. Nos trens da CPTM e nos ônibus, a redução foi de aproximadamente 20%.

No entanto, ter menos passageiros não significa mais conforto. A lotação continua sendo um problema, principalmente nos trens da CPTM. Os especialistas criticam a queda na oferta de transporte, especialmente dos ônibus, e afirmam que isso impacta na qualidade do serviço e no trânsito. A redução na frota de ônibus em São Paulo tem afetado especialmente os trabalhadores que precisam se deslocar de forma presencial e enfrentam demora na espera pelos coletivos.

A cidade de São Paulo já perdeu a oportunidade de investir na construção de corredores de ônibus durante a pandemia, quando as ruas estavam mais vazias. Atualmente, a Prefeitura afirma que está realizando obras para melhorar a infraestrutura e o serviço do transporte coletivo municipal, incluindo a implantação de faixas exclusivas. No entanto, especialistas apontam a falta de investimento na melhoria dos coletivos como uma das falhas na oferta de transporte de qualidade na cidade.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo