Blogueiro preso por atentado a bomba se recusa a responder a perguntas de parlamentares em CPI do 8 de Janeiro.

O blogueiro Wellington Macedo de Souza, conhecido por sua participação no atentado a bomba próximo ao aeroporto internacional de Brasília em dezembro de 2022, compareceu nesta quinta-feira (21) para prestar depoimento à CPMI do 8 de Janeiro. No entanto, o extremista se recusou a responder às perguntas dos parlamentares, alegando que só colaboraria se seus advogados tivessem acesso às acusações.

A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama, destacou que as mensagens apresentadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) indicam que o acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército (QG) em Brasília era utilizado para planejar atos terroristas. Segundo ela, as conversas entre Wellington de Souza e George Washington de Oliveira Sousa, também condenado pelo atentado a bomba, revelam pedidos e orientações para treinar e mobilizar Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) para as manifestações.

A relatora ainda ressaltou que os ataques ocorridos em dezembro de 2022, como a tentativa de invasão ao hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva estava hospedado, o ataque à sede da Polícia Federal e o atentado a bomba no aeroporto, foram todos planejados dentro do acampamento próximo ao QG do Exército.

Wellington Macedo de Souza, que estava foragido há mais de três meses, foi preso no Paraguai no último dia 14 com a colaboração da Polícia Federal. Antes de se tornar blogueiro, ele atuou como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos durante o governo Bolsonaro.

Além disso, a investigação revelou que Wellington já fazia anúncios e convocações para invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional desde 2021. A denúncia da PGR também afirma que os extremistas convocaram a população por meio das redes sociais para praticar atos criminosos durante uma manifestação e greve de caminhoneiros.

Diante das evidências apresentadas pela relatora, a deputada Jandira Feghali contestou a justificativa de Wellington Macedo de Souza para não responder às perguntas, pois o blogueiro já foi condenado pelo atentado a bomba e todas as informações sobre o processo são públicas.

A CPMI do 8 de Janeiro continuará realizando questionamentos ao blogueiro, seguindo com as investigações sobre os atos terroristas planejados dentro do acampamento próximo ao QG do Exército em Brasília.

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