Vereador sugere que autistas eram espancados na infância: “tirava autista na chibata”, afirma parlamentar

No último dia 19 de setembro, durante uma sessão na Câmara Municipal de Jucás, município localizado a 329 km de Fortaleza, o vereador Eúde Duarte Lucas, do PDT, fez uma sugestão polêmica e inadequada. Durante a discussão sobre a criação da “carteira municipal de identificação do autista”, projeto de lei de sua autoria que foi aprovado pelos vereadores, o político afirmou que, quando era criança, um possível Transtorno do Espectro Autista (TEA) teria sido tratado com violência por seu pai.

A declaração causou uma grande repercussão negativa, fazendo com que o vereador publicasse uma nota no dia seguinte se retratando pelo episódio e afirmando que foi mal interpretado. No texto, Eúde lamenta o ocorrido e reforça seu compromisso em continuar lutando pelos autistas e por todos aqueles que necessitam de apoio.

O tema do Transtorno do Espectro Autista surgiu na sessão da Câmara devido ao projeto de lei proposto pelo vereador, que teve o objetivo de atender a uma demanda de um grupo ligado ao assunto. Apesar disso, ao mencionar o projeto, Eúde acrescentou um comentário infeliz relacionado a sua possível identificação com o autismo, mencionando que, antigamente, o transtorno era tratado com violência.

Na quarta-feira seguinte, diante da repercussão negativa causada por suas declarações, o vereador ressaltou que os termos “peia” e “chibata” foram utilizados em referência a uma época em que o TEA não era conhecido e diagnosticado como atualmente. Ele enfatizou que seu objetivo foi expor seu próprio caso e como foi tratado naquele período de falta de diagnóstico.

Eúde também afirmou na nota que foi o parlamentar que mais apresentou projetos em favor do autismo na Casa Legislativa, demonstrando seu compromisso com a causa. Ele pediu desculpas se suas palavras foram equivocadas e reforçou sua disposição em continuar lutando pelos autistas e por todos que necessitam de apoio.

Embora o vereador tenha se retratado em relação ao ocorrido, é importante destacarmos a importância de evitar comentários ofensivos e que reproduzem estigmas e preconceitos relacionados a qualquer tipo de transtorno ou condição de saúde. É fundamental que os representantes políticos tenham sensibilidade e conhecimento para lidar com temas tão complexos como o autismo, ampliando o debate de forma respeitosa e construtiva.

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