Vereador faz comentário polêmico sobre autismo e gera indignação nas redes sociais

No vídeo que circula na imprensa e nas redes sociais, o presidente da Câmara de Jucás (CE), vereador Eúde Lucas, faz um comentário jocoso sobre o autismo, afirmando que “naquele tempo tirava autista era na chibata”. A declaração foi feita durante uma conversa em que o vereador se referia à atriz Letícia Sabatella, que recentemente revelou ter sido diagnosticada com autismo na vida adulta.

Ao ouvir essas palavras do vereador, minha mente foi imediatamente tomada pela imagem do meu filho de 2 anos, com suspeitas de autismo, correndo pelo apartamento sem parar, subindo e descendo do sofá, brincando e se divertindo. Ele era – e continua sendo – uma criança animada e travessa.

No entanto, em vez de receber punições físicas, ele recebeu todo o carinho, acolhimento e acesso às terapias necessárias para o seu desenvolvimento. Ao invés de chibatas e peias, meu filho acorda todos os dias determinado a treinar e adquirir novas habilidades, buscando integrar-se ao mesmo mundo em que vive o vereador Lucas.

É importante ressaltar que punições físicas não funcionam, nem para crianças com autismo, nem para aquelas consideradas neurotípicas. É fundamental que pensemos em políticas que garantam o acolhimento e acesso a terapias para os autistas no Brasil, especialmente para aqueles que vivem em Jucás.

O vereador Lucas, por sua vez, postou nas redes sociais que o recorte de sua fala estava fora de contexto e que se tratava de fake news. No entanto, não foi possível encontrar essas imagens e contexto mencionados por ele em seu perfil na Câmara. Ele prometeu publicar o “todo o contexto” em breve, o que pode ter sido uma resposta à repercussão negativa de sua infeliz declaração.

Em resumo, em um momento em que é necessário promover a conscientização e inclusão das pessoas com autismo, é lamentável ver um representante do povo fazer esse tipo de comentário desrespeitoso. Espera-se que a repercussão negativa dessa fala faça com que o vereador Lucas reflita sobre suas palavras e busque formas de contribuir para o acolhimento e inclusão dos autistas em sua cidade.

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