Senado inicia debate sobre minirreforma eleitoral aprovada pela Câmara; Relator destaca pontos polêmicos e expectativas para aprovação e vigência nas eleições municipais de 2022

O projeto da minirreforma eleitoral (PL 4.438/2023), recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados, é o tema de debate no Senado. O relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), concedeu uma entrevista à Rádio Senado, onde comentou os pontos polêmicos do texto, que modifica o Código Eleitoral (PLP 112/2021) e atualmente está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Entre esses pontos em destaque estão a flexibilização do índice de 30% de candidaturas femininas e a permissão do uso de recursos da cota feminina para candidaturas masculinas. Além disso, o relator também falou sobre as expectativas em relação ao cumprimento do prazo e aprovação do projeto, para que as novas regras possam entrar em vigor nas eleições municipais do próximo ano.

Marcelo Castro ressaltou a importância de se esperar a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre qual projeto será votado primeiro: a minirreforma eleitoral ou a reforma eleitoral, que já estava em tramitação na CCJ. Essa decisão é fundamental para definir o andamento da proposta, visto que ambas têm pontos relevantes para o sistema eleitoral brasileiro.

Uma das questões polêmicas levantadas pelo relator foi a flexibilização do índice de 30% de candidaturas femininas. Atualmente, a legislação eleitoral determina que 30% das candidaturas de cada partido devem ser destinadas às mulheres. No entanto, a minirreforma eleitoral propõe a flexibilização desse percentual, permitindo que os partidos tenham maior autonomia para definir a proporção de candidaturas femininas em suas chapas. Essa medida tem dividido opiniões, sendo criticada por alguns setores da sociedade que defendem a importância de se manter uma porcentagem mínima para as candidaturas femininas, a fim de garantir uma maior representatividade política das mulheres.

Outro ponto de discussão é a possibilidade de uso de recursos da cota feminina em candidaturas de homens. Atualmente, os partidos políticos são obrigados a destinar pelo menos 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para as candidaturas femininas. No entanto, a minirreforma eleitoral propõe flexibilizar essa regra, permitindo que parte desse montante seja utilizado nas campanhas de candidatos do sexo masculino. Essa proposta tem gerado controvérsias e levantado questionamentos sobre a efetividade das cotas de gênero e a possibilidade de os recursos destinados às mulheres serem desviados para candidaturas masculinas.

Além disso, o senador Marcelo Castro também destacou a importância de cumprir o prazo para aprovação da minirreforma eleitoral, a fim de garantir que as novas regras estejam em vigor nas eleições municipais do ano que vem. Ele enfatizou a necessidade de se discutir amplamente o projeto, ouvindo todos os setores da sociedade, para que se chegue a um consenso e sejam estabelecidas as melhores regras para o processo eleitoral.

A realização de debates e discussões sobre a minirreforma eleitoral é fundamental para garantir que as decisões tomadas em relação ao sistema eleitoral brasileiro sejam justas e efetivas. A flexibilização do índice de candidaturas femininas e o uso de recursos da cota feminina em candidaturas masculinas são pontos que devem ser analisados e ponderados com cuidado, levando em consideração os avanços já alcançados na busca pela igualdade de gênero na política. A expectativa é que o Senado realize essas análises de forma criteriosa e vote a minirreforma eleitoral dentro do prazo estipulado, visando aprimorar o sistema eleitoral brasileiro e garantir uma maior representatividade política para todas as mulheres.

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