A retração no PIB brasileiro em julho foi explicada pela queda nas três principais atividades econômicas: agropecuária, indústria e serviços. Em termos de demanda, houve recuo no consumo das famílias e na formação bruta de capital fixo.
O destaque foi a retração do consumo das famílias, que caiu 1,8% em relação ao mês anterior. Essa é a primeira queda após cinco meses consecutivos de crescimento e acende um alerta sobre a sustentabilidade do crescimento econômico nos próximos meses.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do índice oficial da economia utilizando as mesmas fontes de dados e metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
No trimestre móvel encerrado em julho de 2023, o PIB teve um crescimento de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O consumo das famílias teve um avanço de 2,6% nesse trimestre, porém houve uma desaceleração em relação ao trimestre anterior, explicada pela redução do crescimento do consumo de serviços.
Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos no PIB, registrou uma retração de 3,2% no trimestre móvel findo em julho em comparação ao mesmo período do ano anterior. O segmento de máquinas e equipamentos continua em queda, apresentando um recuo de 9,4% no trimestre.
No que diz respeito à balança comercial, as exportações de bens e serviços tiveram um crescimento de 15,1% no trimestre até julho, impulsionadas pelo desempenho positivo das commodities, como produtos agropecuários e extrativa mineral. Por outro lado, as importações registraram uma queda de 0,9%, influenciada principalmente pela redução das importações de bens intermediários.
Em termos monetários, o PIB acumulado de 2023 chegou a aproximadamente R$ 6,109 trilhões, em valores correntes. A taxa de investimento da economia foi de 17,4% em julho de 2023, ligeiramente acima da média histórica desde 2015, mas abaixo da média histórica desde 2000.
Esses números acendem um alerta sobre a sustentabilidade do crescimento econômico brasileiro nos próximos meses, especialmente diante das incertezas presentes no cenário nacional e internacional. É necessário que sejam adotadas medidas para impulsionar a economia e garantir um desenvolvimento sustentável a longo prazo.