Repórter São Paulo – SP – Brasil

Monte Rainier, nos EUA, perde suas geleiras e enfrenta ameaças ambientais que podem afetar o ecossistema do parque

O monte Rainier, localizado no estado de Washington, nos Estados Unidos, está enfrentando uma perda significativa de suas geleiras. Antigamente eram 29, mas agora restam apenas algumas, e estas têm quase metade do tamanho que costumavam ter. Essa situação reflete uma realidade global, onde os glaciares estão derretendo devido ao aquecimento da atmosfera causado pela queima de combustíveis fósseis.

De acordo com o Serviço Mundial de Monitoração dos Glaciares, a área total das geleiras vem diminuindo constantemente nas últimas décadas, especialmente no oeste dos Estados Unidos e no Canadá. O Parque Nacional do Monte Rainier, um destino turístico popular que recebe cerca de 2 milhões de visitantes por ano, está sofrendo os efeitos dessa mudança.

As flores silvestres, uma das principais atrações do verão, estão florescendo em épocas estranhas, e a temporada para escalar o cume da montanha encurtou. Além disso, as árvores estão descendo as encostas das montanhas para áreas com menos neve do que antes, e as rochas que caem das geleiras em recuo estão destruindo florestas antigas e mudando o curso dos rios.

No Parque Nacional do Monte Rainier, uma pequena geleira chamada Stevens já desapareceu e foi removida do inventário de geleiras do parque. Duas outras, conhecidas como Pyramid e Van Trump, estão em risco e poderão ter desaparecido quando a próxima pesquisa for realizada. Essa perda de geleiras tem um impacto significativo no ecossistema do parque.

Os alpinistas também estão enfrentando desafios adicionais, já que as geleiras estão derretendo mais cedo no verão, fazendo com que os caminhos para o cume fiquem mais longos e perigosos.

O geólogo Scott R. Beason liderou um estudo que utilizou medições históricas, imagens de satélite e fotografias aéreas para mapear a área do parque coberta por gelo glaciar. Esse estudo descobriu que a área total diminuiu 42% entre 1896 e 2021.

As mudanças são visíveis no monte Rainier, que parece estar “subjugado” devido à falta de neve e gelo. As rochas pretas penduradas nas geleiras são um sinal claro desse declínio.

Essa perda de geleiras tem efeitos não apenas na paisagem, mas também na segurança dos visitantes. Em 2006, um glaciar arrebentou e causou um fluxo de detritos que destruiu uma parte da estrada do parque e mudou o curso do rio. Por conta disso, um geomorfologista aposentado desenvolveu uma técnica de baixo custo utilizando árvores e pedras para proteger as margens do rio e evitar desmoronamentos.

No entanto, essas soluções são apenas paliativas. A perda de geleiras no monte Rainier é um sinal alarmante das mudanças climáticas globais e dos impactos que elas têm nos ecossistemas e nas atividades humanas. É importante que medidas sejam tomadas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e enfrentar os desafios colocados por esse fenômeno.

Sair da versão mobile