Em maio deste ano, Appio foi afastado pelo Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) após ser acusado de fazer uma ligação telefônica para confirmar o parentesco com o filho de um desembargador. A acusação era de que o juiz teria ligado para o filho do desembargador Marcelo Malucelli, que por sua vez é sócio do ex-juiz e atual senador Sergio Moro em um escritório de advocacia. Com base nessa acusação, o tribunal determinou o afastamento e considerou Appio suspeito para julgar os casos da Lava Jato.
Dias Toffoli criticou a conduta do relator da exceção de suspeição ao afirmar que o mesmo descumpriu reiteradas decisões do STF. O ministro, no entanto, não analisou se Appio deverá retornar à 13ª Vara Federal em Curitiba.
Outro fato importante relacionado à Lava Jato foi a conclusão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em seu relatório parcial de inspeção na 13ª Vara em Curitiba. O CNJ encontrou indícios de uma “gestão caótica” no controle de valores oriundos de acordos de delação e leniência firmados na Lava Jato. O relatório aponta que a investigação teve início em maio deste ano e que foram identificados problemas na gestão dos recursos provenientes dos acordos. No entanto, o ex-juiz Sergio Moro afirmou em uma publicação nas redes sociais que os acordos foram homologados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que nenhum desvio de recursos foi identificado.
Com essas decisões e revelações, a Operação Lava Jato continua sendo alvo de polêmicas e questionamentos sobre sua condução e os possíveis desdobramentos dos casos. A suspensão do processo disciplinar contra o juiz Eduardo Appio e as constatações do CNJ apontam para a necessidade de uma análise mais profunda dos procedimentos adotados ao longo da investigação. Fica claro que o assunto está longe de ser encerrado e que os desafios para a justiça brasileira persistem.