Brasil enfrenta onda de calor com chances de novos recordes de temperatura até o fim do inverno

Após registrar temperaturas sem precedentes nos meses de julho e agosto, o Brasil está enfrentando a possibilidade de novos recordes de calor até o fim do inverno, que termina no sábado (23). Além disso, o país está passando por uma onda de calor nesta semana, especialmente entre sexta e domingo.

De acordo com os meteorologistas, o calor persistirá devido a um sistema de alta pressão atmosférica chamado anticiclone, que consiste em uma massa de ar quente e seco que impede a chegada de frentes frias. Essas frentes frias devem se manter estacionadas no Sul, ocasionando chuvas.

O Brasil também já está sentindo os efeitos do El Niño, fenômeno que começou em 8 de junho. Esse fenômeno tem impedido a chegada de ar frio polar ao país, resultando em um inverno atípico, mais quente e seco. O mês de julho, por exemplo, foi o mais quente desde 1961, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O Inmet divulgou um alerta nesta segunda-feira (18) indicando um aumento nas temperaturas em oito estados, desde São Paulo até o sudeste do Pará. Segundo a meteorologista Andrea Ramos, as ondas de calor são caracterizadas por um aumento de 4°C a 5°C acima da média histórica.

“A temperatura está registrando acima de 40°C em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste e Nordeste, chegando ao sul do Piauí e Maranhão”, afirmou a especialista. No entanto, os efeitos do El Niño acentuam o calor no norte do país. “Estamos observando aumentos de 5°C a 6°C acima da média em Boa Vista, por exemplo”.

Segundo Josélia Pegorim, da Climatempo, o sistema de alta pressão atmosférica ganhou força nesta última semana de inverno, mas é esperado que esse período seja mais quente. “Climatologicamente, outubro e novembro são meses de muito calor, com as maiores médias de temperatura máxima em grande parte do país”.

A onda de calor desta semana pode resultar em temperaturas acima de 40°C no norte do Paraná, no norte e oeste de São Paulo, no oeste de Minas Gerais, em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Bahia, além do interior do Maranhão e do Piauí.

“Ainda teremos mais ondas de calor ao longo da primavera em outubro e talvez até em novembro”, afirmou Pegorim.

Na cidade de São Paulo, duas das três máximas de temperatura deste ano foram registradas no inverno. Em 13 de setembro, a temperatura chegou a 33,3°C, e no último domingo (17), a máxima foi de 33,9°C, de acordo com o Inmet.

Com 33,5°C, a máxima desta segunda-feira (18) não bateu recorde, mas segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo, esse recorde pode ser quebrado, especialmente entre sexta e domingo. A Defesa Civil estadual alerta que os termômetros podem ultrapassar os 37,8°C registrados em 2014.

A média de setembro deste ano, atualizada até esta segunda-feira, supera as mínimas e máximas históricas em 0,8°C e 2,6°C, respectivamente. A média máxima registrada pelo CGE nesta segunda-feira foi de 33,3°C. As máximas absolutas foram registradas na Freguesia do Ó (34,5°C), São Miguel Paulista (34,4°C) e Butantã (34,1°C).

Cidades do interior, como Araçatuba, Bauru e Presidente Prudente também estão em alerta para máximas acima de 40°C.

É importante ressaltar que as medições feitas pelo CGE são diferentes das registradas pelo Inmet, que é o órgão oficial de meteorologia, pois o Inmet considera a estação do Mirante de Santana, localizada na zona norte da capital paulista.

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