Sindicato busca aumento salarial de 40% para trabalhadores automotivos, comparando com incremento de presidentes nos últimos quatro anos

Greve no setor automotivo dos Estados Unidos é motivada por disparidade salarial entre trabalhadores e presidentes das montadoras. O sindicato americano United Auto Workers – UAW (Trabalhadores Automotivos Unidos, em português) iniciou uma greve na última sexta-feira (15/9), reivindicando aumentos salariais semelhantes aos recebidos pelos presidentes das montadoras nos últimos quatro anos.

O presidente do UAW, Shaw Fain, argumenta que se os fabricantes de automóveis de Detroit aumentaram os salários dos presidentes em 40% nesse período, os trabalhadores também devem receber aumentos proporcionais. Fain iniciou as negociações com a exigência de um incremento salarial de 40% ao longo de quatro anos, além do retorno das pensões e aumento do custo de vida.

No entanto, as exigências do sindicato foram reduzidas para um aumento salarial de 36% desde então. Apesar disso, as negociações contratuais entre o UAW e as montadoras General Motors, Ford e Stellantis continuam distantes, resultando na greve em curso.

Essa busca por melhores salários e condições de trabalho é uma tendência crescente nos sindicatos americanos, que destacam a disparidade de riqueza entre os trabalhadores e os patrões. Fain mencionou a disparidade salarial entre os presidentes e os trabalhadores como justificativa para o aumento salarial de 40%.

No entanto, a precisão dos números apresentados pelo UAW é questionável. Mary Barra, presidente da General Motors, negou os números e afirmou que não sabe de onde veio o percentual de 40%. A remuneração dos presidentes das montadoras é complicada de calcular, uma vez que grande parte dela vem na forma de concessão de ações.

Uma análise detalhada dos pacotes de remuneração das três montadoras mostra que a afirmação do UAW exagera e subestima a realidade, dependendo da perspectiva. Mary Barra é a mais bem paga, com um pacote de remuneração de US$ 28,98 milhões em 2022, representando um aumento de 34% desde 2019. James Farley, presidente da Ford, recebeu quase US$ 21 milhões, com um aumento de 21% em relação a 2019. Carlos Tavares, presidente da Stellantis, teve um aumento de quase 77% em sua remuneração desde 2019.

Esses números são os utilizados pelo UAW para calcular o aumento de 40,1% nos salários dos presidentes desde 2019. No entanto, surge uma complicação na comparação com a Stellantis, que tem uma forma diferente de divulgar a remuneração dos executivos por ser uma empresa europeia.

A greve no setor automotivo dos Estados Unidos continua sem previsão de acordo entre o UAW e as montadoras. Os trabalhadores reivindicam aumentos salariais justos, alinhados com a disparidade de riqueza entre os presidentes e os trabalhadores das montadoras. O sindicato busca garantir melhores salários e condições de trabalho para os profissionais do setor automotivo.

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