A responsabilidade das big techs na disseminação da desinformação foi outro ponto abordado pela professora. Ela destacou o volume de informação que é rapidamente espalhada por essas empresas e ressaltou que o discurso se propaga até que todos repitam.
Sobre a ameaça à liberdade de expressão, Anya Schiffrin afirmou que não vê a proposta brasileira como uma ameaça em particular. Ela comparou a autopoliciamento das empresas de tecnologia com a prática dos bancos e ressaltou a importância de uma supervisão externa para garantir um sistema coerente.
As declarações das big techs sobre a necessidade de discutir de forma mais aprofundada o projeto de lei também foram mencionadas pela professora. Ela destacou que esse é um discurso comum por parte das empresas, que sempre alegam precisar de mais tempo para se adaptar. Anya Schiffrin enfatizou que o gasto em lobby por parte das empresas mostra que o discurso de querer regulamentação é falso.
Quanto aos motivos para as big techs resistirem à regulação, a professora destacou o lucro como um dos principais fatores. Além disso, ela ressaltou uma ideologia antirregulamentação presente em algumas empresas do Vale do Silício.
A importância de as big techs pagarem pelo conteúdo jornalístico publicado em suas plataformas também foi abordada. Anya Schiffrin destacou que essas empresas ganharam muito dinheiro com notícias e se tornaram poderosas, sem compartilhar os lucros e pagar impostos devidos. Ela mencionou o caso bem-sucedido da Austrália e destacou que o Brasil é observado pelo mundo para ver como lidará com essa questão.
Por fim, a professora ressaltou a importância do Brasil globalmente nessa discussão. Ela destacou que o país é conhecido como líder nesse assunto, especialmente após a aprovação do Marco Civil da Internet. Se o Brasil aprovar a regulamentação das big techs, será o terceiro país do mundo e o maior a fazê-lo.
Além da regulamentação das big techs, Anya Schirffin também mencionou a necessidade de regulação no setor de inteligência artificial. Ela destacou a importância de uma compensação pelo uso do conteúdo jornalístico pelos grandes modelos de linguagem e encorajou os donos de jornais a negociarem coletivamente, afirmando que o conteúdo de alta qualidade renderá dinheiro para as empresas de tecnologia.