Morte de criança baleada pela PRF no RJ levanta questionamento sobre a existência da corporação, afirma ministro do STF

No último sábado, dia 16, uma tragédia chocou o país: a morte da menina Heloisa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, baleada durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. O fato chamou a atenção do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que comentou o ocorrido e afirmou que a existência da corporação deve ser repensada.

Em seu posicionamento, Gilmar mencionou o caso de Genivaldo Santos, que também perdeu a vida em uma ação da PRF, e ressaltou a atuação questionável da corporação durante o segundo turno das eleições do ano passado, quando montou blitze em locais onde o presidente Lula havia obtido mais votos. Segundo o ministro, é necessário repensar a existência de um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros e que se envolve em tentativas de golpes eleitorais.

A menina Heloisa foi atingida por tiros na nuca e no ombro, sendo levada imediatamente para o Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Infelizmente, ela não resistiu aos ferimentos. O presidente Lula manifestou sua solidariedade à família da criança, afirmando que a dor de perder uma filha não tem nome. O ministro da Justiça, Flávio Dino, também divulgou uma nota de pesar e informou que um processo administrativo foi instaurado para apurar a responsabilidade do ocorrido.

A morte de Heloisa provocou indignação em políticos e organizações do Rio de Janeiro, que exigiram punição aos envolvidos. A deputada estadual Renata Souza, do Psol, classificou o caso como inaceitável e dilacerante, e cobrou que a Lei Ágatha, que garante a prioridade na investigação de assassinato de crianças e adolescentes, seja cumprida. A deputada federal Talíria Petrone questionou a atual situação da segurança no Rio e a ONG Rio de Paz criticou a frequência com que crianças são mortas em ações policiais, questionando a falta de ação frente a esse cenário preocupante.

No total, o estado do Rio de Janeiro registrou 102 mortes de crianças e adolescentes por armas de fogo desde 2007, sendo 11 casos somente este ano. Esses dados alarmantes mostram a urgência de medidas efetivas para garantir a segurança da população e evitar que tragédias como essa continuem ocorrendo.

Diante desse cenário, é fundamental que o caso seja apurado com rigor e que os responsáveis sejam devidamente punidos, tanto do ponto de vista criminal quanto administrativo. Além disso, é necessário repensar a atuação da Polícia Rodoviária Federal e buscar alternativas para que episódios como esse não se repitam no futuro. A sociedade brasileira clama por segurança e por um sistema policial que atue de forma eficiente e transparente, para que casos como o de Heloisa não sejam apenas mais um número em uma estatística trágica.

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