Repórter São Paulo – SP – Brasil

Cúpula do G77+China defende desenvolvimento tecnológico equitativo e medidas contra hegemonia de grupos monopolistas

Chefes de Estado e de governo de países do Grupo dos 77 mais China emitiram uma declaração conjunta após a cúpula realizada em Havana. O encontro contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e abordou a questão do desenvolvimento tecnológico.

O Grupo dos 77, criado em 1964 com 77 países-membros, agora é composto por 134 nações em desenvolvimento do Sul Global. A união do bloco com a China ocorreu nos anos 1990.

A declaração conjunta criticou a hegemonia de grupos monopolistas no setor de tecnologia da informação e internet. O documento rejeita os monopólios tecnológicos e outras práticas injustas que dificultam o desenvolvimento tecnológico dos países em desenvolvimento. Os países integrantes do grupo pedem por um ambiente aberto, justo, inclusivo e não discriminatório para o desenvolvimento científico e tecnológico.

Além disso, a declaração faz um apelo à comunidade internacional e aos organismos da ONU para que tomem medidas urgentes para promover o acesso equitativo dos países em desenvolvimento a medidas e tecnologias relacionadas à saúde, visando a prevenção de pandemias.

O grupo também ressalta o papel da tecnologia no enfrentamento das mudanças climáticas e destaca a necessidade de uma resposta eficaz a essas ameaças. Eles reiteram a importância do financiamento, transferência de tecnologia e reforço de capacidades para os países em desenvolvimento, de acordo com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e o Acordo de Paris.

A declaração também aborda a imposição de leis e medidas econômicas com impacto extraterritorial, incluindo sanções unilaterais contra os países em desenvolvimento. Os países integrantes do grupo rejeitam essas ações e enfatizam que elas prejudicam os princípios da Carta das Nações Unidas e o direito internacional.

Durante a cúpula, o presidente Lula criticou o embargo econômico dos Estados Unidos contra Cuba, que ocorre desde a década de 1960.

Após a cúpula, Lula manteve uma agenda de trabalho com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel. Esta é a primeira viagem oficial de um presidente brasileiro ao país em nove anos. Em seguida, Lula seguirá para Nova York, onde fará o primeiro discurso do debate geral da Assembleia Geral da ONU.

Esta será a oitava vez que Lula abrirá o debate geral. Durante seus dois mandatos como presidente, ele só não compareceu em 2010. Além disso, Lula participará do lançamento de uma iniciativa global para promoção do trabalho decente, juntamente com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Também estão previstas outras reuniões bilaterais, multilaterais e ministeriais entre os países participantes e organismos internacionais. O presidente será acompanhado por ministros que participarão de reuniões temáticas nas áreas de direitos humanos, saúde e desarmamento.

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