Promotor é acusado de comparar mulheres a cadelas durante julgamento em Manaus, gerando polêmica e reações das advogadas.

No último dia 11 de setembro, um promotor de Justiça do Amazonas foi acusado por uma advogada de comparar mulheres a cadelas durante uma sessão do 3º Tribunal do Júri, realizada em Manaus. A defensora afirmou ter sido ofendida pela declaração do representante do Ministério Público.

Após a repercussão do caso, o promotor Walber Luiz do Nascimento publicou uma nota de retratação, na qual afirmou que jamais teve a intenção de ofender ou menosprezar as advogadas presentes. No entanto, o vídeo que mostra o momento em que ele faz a comparação viralizou nas redes sociais.

Durante o julgamento, o promotor afirmou que comparar a advogada a uma cadela seria ofensivo, mas não para ela, e sim para o animal. Nas redes sociais, ele inicialmente declarou que não se curvaria a tentativas de prejudicar sua imagem.

A advogada Catharina Estrella, que atuava na defesa de um réu, relatou que o promotor fez a declaração durante o interrogatório de uma testemunha, que é mãe de uma mulher vítima no processo. Ela afirmou que, em sua fala na audiência, disse que ele iria aprender a respeitar as mulheres, pois nenhuma mulher é cadela.

Após o ocorrido, a OAB-AM (Ordem dos Advogados do Brasil no estado) se manifestou contra a fala do promotor, considerando que houve uma violação de prerrogativas profissionais e também uma questão de gênero. O presidente da entidade, Jean Cleuter Mendonça, afirmou que não deixarão qualquer violação de prerrogativas passar sem o devido combate.

A reportagem entrou em contato com o Ministério Público do Amazonas e o Tribunal de Justiça para obter uma posição sobre o caso, mas não obteve resposta até o momento.

Diante da polêmica, o promotor de Justiça emitiu a nota de retratação, na qual reiterou seu respeito por todos os profissionais advogados e advogadas e afirmou que não teve intenção de ofendê-los. Ele expressou seus sinceros votos de superação das eventuais incompreensões e reafirmou sua disposição de colaborar para o bom convívio entre os diversos atores do Sistema de Justiça.

A advogada Catharina Estrella, por sua vez, declarou em vídeo publicado nas redes sociais que não precisava passar por essa situação no exercício de sua profissão e destacou a importância de buscar respeito para que casos como o desse promotor não se repitam com outras advogadas.

Essa situação levanta questionamentos sobre o tratamento dispensado às mulheres no ambiente jurídico e a necessidade de combater a violência de gênero em todas as esferas da sociedade.

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