Sabine morava com sua esposa, Rosa Stanesco, que também é apontada como sua cúmplice nos crimes. De acordo com a promotoria, as duas eram casadas em regime de comunhão universal de bens, o que complicou ainda mais o caso. Até o momento, a mãe de Sabine não foi informada sobre a morte de sua filha, segundo uma fonte próxima da família.
O crime em questão teria ocorrido entre janeiro de 2020 e abril de 2021. Geneviève teria sido convencida por supostas videntes a pagar por um tratamento espiritual para evitar a morte de Sabine. A mãe chegou a fazer oito transferências, totalizando R$ 5 milhões em apenas duas semanas. No entanto, ela começou a suspeitar que estava sendo vítima de um golpe e se recusou a fazer novos depósitos.
Foi neste momento que ela afirma ter sido mantida em cárcere privado pela própria filha em um apartamento em Copacabana. Geneviève também relatou que foi obrigada a realizar faxinas na cobertura e cuidar de 20 cachorros pertencentes a Sabine. Em uma das ocasiões, ela foi mordida por um dos animais. A idosa alega ter sido ameaçada com uma faca para fazer transferências para o filho de Rosa, também envolvido nas supostas práticas de estelionato.
Além dos crimes financeiros, a mãe de Sabine também acusa a filha de ter retirado joias e obras de arte de sua residência, alegando que seriam benzidas. Os investigadores encontraram uma das obras roubadas, o quadro “Sol Poente” (1929), de Tarsila do Amaral, debaixo de uma cama. No total, Geneviève relatou à polícia ter perdido R$ 9 milhões.
Apesar de Sabine ter ganhado sua liberdade em março deste ano, com a condição de não se aproximar da mãe, Geneviève tentou, em outro processo judicial, invalidar a herança da filha. No entanto, ela acabou desistindo da ação e continuou pagando o plano de saúde de Sabine.
O caso é complexo e envolve uma série de crimes graves. As investigações devem continuar para esclarecer todas as circunstâncias da morte de Sabine Boghici e o envolvimento de outras pessoas nos crimes relatados por sua mãe.